Rússia divulga fotos de suspeitos de planejar atos terroristas nos Jogos de Inverno
As autoridades divulgaram imagens de quatro mulheres e dois homens que planejam atentados suicidas durante a passagem da tocha olímpica
Preocupados com as últimas ameaças de atentados terroristas feitas por extremistas islâmicos do Cáucaso, as autoridades russas divulgaram nesta terça-feira a imagem de quatro mulheres, apelidadas de “viúvas-negras”, e dois homens que estariam planejando ataques suicidas durante a passagem da tocha olímpica dos Jogos de Inverno por Rostov-on-Don, um dos últimos pontos de parada antes de a cerimônia ter início na cidade-sede de Sochi, em 7 de fevereiro. Os pôsteres de ‘procurados’ alertam que os suspeitos poderão provocar os atentados entre esta terça e quinta-feira, segundo a NBC News. Os organizadores dos Jogos acreditam que a tocha olímpica chegará em Rostov-on-Don na quarta-feira.
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As autoridades procuraram deixar claro que as terroristas não usarão trajes típicos islâmicos, como véus e longos vestidos. A tática seria adotada para que as mulheres se infiltrassem com facilidade entre o público que acompanhará a passagem da tocha. As suspeitas que estão na mira dos serviços de inteligência são Ruzana Ibragimova, de 22 anos, Zaira Alieva, 26, e Jhannet Tsakhaeva, 34, provenientes da região do Daguestão, e Oksana Aslanova, 26, do Turcomenistão. Elas foram apelidadas de “viúvas-negras” por terem se filiado a grupos extremistas para vingar a morte dos maridos.
Além das quatro mulheres, as autoridades procuram por dois homens que estariam tramando atentados ao sul da Rússia: Ruslan Saufutdinov, de 21 anos, e Murad Musaev, 25. Eles estariam estudando as “brechas na segurança de Sochi”, segundo a NBC News. O maior desafio para as forças de segurança, contudo, é rastrear os passos dos chamados “lobos-solitários”, que geralmente trabalham longe das grandes redes terroristas para não chamar a atenção das autoridades. “O problema com esses terroristas suicidas é que a inteligência do governo não é suficiente. É preciso pensar em medidas preventivas”, afirmou Andrei Soldatov, um especialista em segurança russo.
Rostov-on-Don está a 563 quilômetros de Sochi e será a 120ª cidade a receber a passagem da tocha olímpica. Outros dezesseis municípios também receberão a simbólica chama antes de a cerimônia oficial ter início. A tensão na região aumentou consideravelmente nos últimos dias, quando terroristas intensificaram as ameaças contra os turistas que visitarão Sochi. Em um vídeo divulgado na segunda-feira, os rebeldes mandaram um recado ao presidente russo Vladimir Putin e aos visitantes que pretendem assistir às competições: “Em relação aos Jogos Olímpicos, preparamos um presente para você e para os turistas, a fim de vingar o sangue dos muçulmanos derramado no mundo inteiro”.
O balneário de Sochi, às margens do Mar Negro, está situado próximo à região do Cáucaso – área de maioria muçulmana que sofre com ataques contra civis, forças policiais e autoridades públicas. Os rebeldes muçulmanos lutam pela independência da Rússia e pela criação de um Estado islâmico.
Suspeito morto – Segundo o jornal britânico The Guardian, uma operação realizada nesta terça-feira no Daguestão resultou na morte de Eldar Magatov, um guerrilheiro suspeito de cometer diversos ataques contra alvos russos. A morte do extremista faz parte de uma megaoperação colocada em prática para inibir as ações terroristas dos rebeldes.
Ajuda dos EUA – O Pentágono, responsável por coordenar a inteligência militar dos Estados Unidos, comunicou que o governo americano ofereceu apoio à Rússia para cuidar da segurança dos Jogos de Inverno. Além de suporte aéreo e naval, o país deixou dois navios de guerra à disposição das autoridades russas. Funcionários do Exército americano, no entanto, disseram que a chance de o presidente Vladimir Putin requisitar a ajuda é “zero”.