Rússia aprova uso da Força Aérea na Síria e Putin deve lutar ao lado de Assad
A Rússia vai apoiar as tropas do regime sírio no combate contra os terroristas do Estado Islâmico. Os Estados Unidos desaprovam a aproximação militar entre Moscou e Damasco
O Parlamento russo garantiu por unanimidade ao presidente Vladimir Putin, nesta quarta-feira, o direito de enviar as Forças Armadas do país à Síria. De acordo com o Kremlin, por enquanto, somente a Força Aérea será usada em operações na Síria e não nenhum plano para o uso de tropas terrestres. A Rússia tem aumentado sua presença militar na Síria, onde apoia as forças do governo do ditador Bashar Assad. A Síria vive uma guerra civil multifacetada, com o envolvimento das tropas do regime, grupos que tentam tirar Assad do poder, extremistas islâmicos e terroristas do Estado Islâmico.
A Rússia espera poder construir uma grande aliança, envolvendo a coalizão liderada pelos Estados Unidos e o Exército sírio, para combater os jihadistas. Os EUA se recusam a lutar ao lado das tropas de Assad e a ainda defendem a saída do ditador do comando do país. Na avaliação de Washington, qualquer aproximação com Assad iria fortalecer a violenta ditadura que se preocupa mais em aniquilar os rebeldes do que em combater jihadistas. “Se haverá uma aliança unida, o que duvido, ou duas alianças – uma americana e outra russa – eles terão que coordenar suas ações”, disse Ivan Konovalov, especialista militar, à agência Reuters.
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Civis mortos – Enquanto Ocidente e Rússia movem suas peças no complexo xadrez sírio, a população civil do país segue sofrendo diariamente os reflexos da guerra. Pelo menos quinze civis morreram nesta quarta, entre eles dois menores de idade, em bombardeios de aviões de guerra do regime em distintas áreas do norte da província de Homs, no centro do país, informou a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), que monitora o conflito.
O maior número de vítimas foi registrado na cidade de Telbise, onde dez pessoas morreram. Os outros civis morreram em um ataque similar na localidade de Al Zafarana, nessa mesma província. O OSDH não descartou um aumento no número de mortos porque há vários feridos em estado grave. Em mais de quatro anos, os conflitos na Síria já deixaram mais de 240.000 mortos e milhões de refugiados, de acordo com dados das Nações Unidas.
(Da redação)