Rússia acusa Ucrânia de incursão armada na Crimeia
Vladimir Putin classificou as tentativas de incursão de "ações de terror" e afirmou que foram planejadas pelo ministério ucraniano da Defesa
O governo russo acusou a Ucrânia de tentativa de incursão armada na Crimeia nesta terça-feira. O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) afirmou ter impedido a tentativa de dois ucranianos armados de adentrar a península, além de ter desmantelado uma rede de espionagem ucraniana na região.
Segundo o FSB, um agente do órgão e um soldado russo foram mortos em combates contra forças ucranianas. “O objetivo destes atos e atividades terroristas era desestabilizar a situação sociopolítica na região antes da preparação e realização das eleições”, informou o FSB em comunicado.
LEIA TAMBÉM:
Rússia diz ter informado EUA sobre uso de gás tóxico na Síria
5 pessoas morrem em ataque a helicóptero russo na Síria
O presidente russo Vladimir Putin classificou as tentativas de incursão de “ações de terror” e afirmou que foram planejadas como uma forma de sabotagem do ministério ucraniano da Defesa. “Tudo indica que as pessoas que tomaram e retêm o poder em Kiev (Ucrânia), ao invés de buscar compromissos, ao invés de buscar vias para uma solução pacífica, passaram para a prática do terror. Isso é um jogo muito perigoso”, disse Putin em entrevista coletiva depois de se reunir com o chefe de Estado da Armênia, Serzh Sargsyan.
Depois da divulgação da denúncia, o líder russo descartou uma reunião com seu colega ucraniano, Petro Poroshenko, durante o encontro conhecido como formato da Normandia, no qual também participam como mediadores o presidente da França, François Hollande, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. “Nessas condições, não tem nenhum sentido se reunir no formato de Normandia e muito menos na China”, durante a reunião do G20 que acontecerá no país asiático em setembro, comentou Putin.
A Crimeia foi historicamente parte da Rússia até que a União Soviética cedeu o território à Ucrânia em 1954, por decisão de Nikita Khrushchev. Moscou, no entanto, manteve no porto de Sebastopol a base de sua frota no Mar Negro e, em março de 2014, anexou a península.
(Com AFP e Reuters)