Os presidentes de Ruanda e República Democrática do Congo (RDC) aceitaram neste domingo o “princípio” de implementar uma força internacional neutra para “erradicar” a rebelião no leste congolês e vigiar a fronteira comum, disse à AFP o presidente ruandês, Paul Kagame.
“Aceitamos o princípio de pedir a outros que nos ajudem, mas os detalhes ficarão para mais tarde”, assinalou Kagame, ao ser consultado sobre a força internacional após um encontro paralelo à reunião de cúpula da União Africana (UA), realizada em Adis Abeba.
Esta manhã, na abertura dos trabalhos, o presidente da Comissão da UA, Jean Ping, revelou que a organização continental “está disposta a contribuir para a criação de uma força regional que coloque um ponto final na ação dos grupos armados” no leste da RDC.
Mais tarde, Kagame e o presidente da RDC, Joseph Kabila, assinaram um documento em que pedem a colaboração da UA e da ONU “para pôr em andamento, imediatamente, uma força internacional neutra, com o objetivo de erradicar o M23 e qualquer outra força negativa na região dos Grandes Lagos”.
Ainda não se conhecem os detalhes da articulação entre esta força neutra e os 17 mil militares e 2 mil civis da missão da ONU (Monusco) enviados no fim de 1999 à região.
Autoridades congolesas haviam acusado Ruanda de apoiar os rebeldes do M23. Kigali nega, e acusa Kinshasa de apoiar as Forças Democráticas de Libertação de Ruanda (FDLR).