María Peña.
Washington, 4 abr (EFE).- O principal pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Mitt Romney, elevou nesta quarta-feira os ataques contra o atual líder americano, Barack Obama, enquanto seus rivais na disputa interna do partido analisam a etapa seguinte da corrida, quando faltam 20 dias para as próximas primárias.
Após as decisivas vitórias de terça-feira em Wisconsin, Maryland e no Distrito de Columbia, Romney subiu os ataques contra as políticas de Obama, quem busca a reeleição no pleito de novembro, criticando desde sua suposta agenda antiempresarial até os esforços diplomáticos para que o Irã abandone suas ambições nucleares.
Em discurso na Sociedade Americana de Editores de Jornais (ASNE, na sigla em inglês), Romney criticou o que tachou como a ‘horrorosa falta de liderança’ de Obama.
Obama criou uma ‘agenda contra os negócios, contra os empregos e contra o investimento’, afirmou Romney, quem prometeu que, se vencer o pleito presidencial de 6 de novembro, restabelecerá ‘a liberdade econômica, as oportunidades’.
Ele afirmou que as políticas ajudarão ao encaminhamento da economia e à criação de empregos. Romney respondeu aos ataques que no mesmo fórum da ASNE Obama fez a ele no dia anterior, quando citou pela primeira vez o nome do futuro oponente.
Em discurso de caráter eleitoral, Obama atacou uma medida orçamentária dos republicanos na Câmara de Representantes, apoiada por Romney, a que tachou de ‘receita para o declive’.
O líder americano ressaltou a proposta para o ano fiscal 2013, apresentada em 20 de março pelo republicano Paul Ryan, de um ‘darwinismo social mal disfarçado’, que favorece os ricos em detrimento dos pobres.
O governante lembrou que Romney classificou como ‘maravilhoso’ o plano de Ryan.
Mas Romney rebateu que o discurso de Obama estava repleto de ‘distorções e imprecisões’ e negou que os republicanos pretendam cortar os programas sociais na mesma proporção.
‘Estou oferecendo uma verdadeira opção e um novo começo. Coloquei meu nome como candidato a presidente porque tenho experiência e visão para sairmos dessa confusão’, apontou.
Com Obama, a nova realidade do país é o déficit de US$ 1 trilhão e a taxa de desemprego em torno de 8%, advertiu o ex-governador de Massachusetts.
Perguntado se seus rivais pela candidatura presidencial do Partido Republicano devem retirar-se para abrir o caminho, Romney afirmou que ‘as pessoas são livres para tomarem suas próprias decisões’ e disse que tem confiança que o processo seja concluído ‘tão logo seja possível’.
Frente ao parêntese de 20 dias até as próximas primárias na Pensilvânia, Connecticut, Delaware, Nova York e Rhode Island, Romney mantém a estratégia de apresentar-se como o candidato inexorável, ignorar os rivais e centrar os ataques a Obama.
No entanto, seus principais adversários, Rick Santorum e Newt Gingrich, deixaram claro que a disputa ainda não terminou.
‘O povo da Pensilvânia me conhece… pra mim os ataques não serão ouvidos; temos forte base de apoio e vamos trabalhar muito, muito duro’, prometeu nesta quarta-feira Santorum em um encontro com eleitores na Pensilvânia.
‘Depois entraremos em maio, e em maio devemos nos sair muito, muito bem’, acrescentou Santorum, em referência às primárias do Texas de 29 de maio, onde estarão em jogo 155 delegados.
Gingrich declarou nesta quarta-feira na Carolina do Sul, que terá suas primárias em 8 de maio, que os republicanos estarão fechados até lá em torno do nome do candidato porque a meta é desbancar Obama.
‘Obama entende que se não vencer na Virgínia e na Carolina do Norte, pode ser que não seja reeleito’, declarou à emissora ‘WRAL’ Gingrich, que permanece em terceiro lugar na corrida republicana, atrás de Romney e Santorum.
Romney dá por certo que, diante de sua vantagem matemática e dos recursos, ele será quem enfrentará Obama em novembro.
Obama também deu sinais de que a disputa pré-eleitoral entrou em outra fase, após chamar pela primeira fez Romney pelo nome nesta terça-feira.
Na reunião de 24 de abril, os olhos estarão postos na Pensilvânia, estado natal de Santorum, quem recorreu a sua pureza ideológica com bons resultados em vários estados do sul e centro dos EUA, mas que não obteve apoio em outros estados importantes.
Após o processo nas primárias, o nome do candidato presidencial do Partido Republicano para o pleito de novembro será conhecido na convenção de Tampa (Flórida), em agosto. EFE