Itália pede prisão perpétua de ex-ditadores latino-americanos
Processo se refere ao desaparecimento de 23 cidadãos italianos
A Procuradoria de Roma pediu nesta sexta-feira a condenação à prisão perpétua de trinta pessoas, incluindo ex-ditadores, que integraram as juntas militares que comandaram países da América Latina nas décadas de 1970 e 1980.
Elas são acusadas de sequestro e homicídio agravado de 23 cidadãos de origem italiana, no âmbito da Operação Condor, estratégia político-militar conjunta de ditaduras do Cone Sul para exterminar adversários. O caso já dura dezesseis anos e inicialmente investigava 140 pessoas, incluindo onze brasileiros, mas problemas burocráticos ligados à morte de muitos dos suspeitos reduziram o número de réus, que agora são chilenos, bolivianos, peruanos e uruguaios.
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A absolvição foi pedida para um único réu: o tenente Ricardo Eliseo Chávez Domínguez, ex-chefe do serviço secreto da Marinha Militar do Uruguai. Os ex-ditadores Juan María Bordaberry (Uruguai) e Jorge Rafael Videla (Argentina) estão entre os réus que morreram durante as investigações.
Integram a relação dos que ainda estão vivos o ex-primeiro-ministro do Peru Pedro Richter Prada, o ex-presidente peruano Francisco Morales Bermúdez, o ex-ditador uruguaio Gregorio Álvarez, que já cumpre pena em seu país desde 2007 por violações dos direitos humanos, o ex-mandatário da Bolívia Luis García Meza e o ex-ministro do Interior Luis Arce Gómez.
(Com ANSA)