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Rohani cobra de Israel a assinatura do Tratado de Não-Proliferação Nuclear

Após ser chamado de “cínico” pelo premiê israelense Benjamin Netanyahu, o presidente iraniano pediu investigações sobre qualquer atividade nuclear não declarada no Oriente Médio

Por Da Redação
26 set 2013, 14h54

A troca de farpas entre representantes dos governos israelense e iraniano voltou chamar atenção entre os assuntos debatidos na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Depois de ser chamado de “cínico” pelo premiê israelense Benjamin Netanyahu, o presidente iraniano Hassan Rohani sugeriu nesta quinta-feira que Israel assine o Tratado de Não-Proliferação Nuclear. O mandatário, contudo, não deu mostras de que pretende suspender o programa nuclear de seu país para acabar com as suspeitas levantadas pelo Ocidente em torno das intenções dos aiatolás. “Israel, o único país a não assinar o tratado no Oriente Médio, deveria integrá-lo sem atrasos. Além disso, todas as atividades nucleares na região devem ser submetidas às medidas de segurança da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)”, disse o político, segundo a emissora CNN.

Rohani, no entanto, ignorou solenemente a declaração dada pelo diretor-geral da AIEA no início deste mês. Na ocasião, Yukiya Amano afirmou que o Irã estava limitando a capacidade da ONU de verificar a natureza e os objetivos do programa nuclear do país, e cobrou a aplicação imediata de um acordo para aprofundar as inspeções no país. Com mais uma ponta de cinismo em seu discurso, o político prosseguiu defendendo a eliminação de qualquer arma nuclear no Oriente Médio.

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Israel nunca reconheceu ter armas nucleares, mas especialistas afirmam que a possibilidade de o país possuir ogivas é grande. As autoridades israelenses temem que a capacidade do Irã em desenvolver armas nucleares significaria uma grande ameaça para a sua segurança nacional, especialmente após a retórica belicista adotada pelo bravateiro Mahmoud Ahmadinejad, antecessor de Rohani, nos últimos anos. Em um vídeo postado em sua página no Facebook, Netanyahu disse que não será complacente com a mudança repentina do discurso iraniano. “Israel iria aprovar uma solução diplomática genuína se o Irã abrir mão de sua capacidade de desenvolver armas nucleares. Não seremos enganados por medidas rasas que são apenas uma cortina de fumaça para o Irã continuar a buscar armas nucleares. O mundo não deveria ser feito de bobo também”, bradou o premiê.

Ao jornal The Washington Post, Rohani afirmou na quarta-feira que pretende fechar um acordo com as potências mundiais sobre o programa nuclear do país em um período de três a seis meses. “Quanto mais rápido for, mais benéfico será para todos. É uma questão de meses, não de anos”, disse. Contudo, a disposição demonstrada pelas autoridades iranianas não será suficiente. Como Rohani deixou claro em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, na terça, o país insistirá em manter o enriquecimento de urânio que, contra todas as evidências, afirma ter fins pacíficos.

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Nesta quinta-feira, haverá uma nova rodada de conversas entre o ministro de Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif – designado como responsável pelas negociações nucleares – e representantes do grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha). As conversas são mantidas desde 2006, mas nenhuma saída viável para o impasse foi tomada até então. O novo encontro em Nova York deverá colocar Zarif de frente com o secretário de Estado americano, John Kerry, e com diplomatas da Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha. Depois de se reunir com o chanceler francês Laurent Fabius, na quarta, Zarif disse que o Irã tem “a disposição política para negociações sérias, e espera que o outro lado também a tenha”.

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