Revista espanhola publica charge de Maomé
Esta é a terceira publicação europeia que satiriza o profeta em meio a onda de revoltas. Ministério de Relações Exteriores ainda estuda medidas de segurança
A revista espanhola de humor El Jueves publicou uma charge do profeta Maomé em sua capa nesta quinta-feira após cartuns terem sido veiculados em publicações da França e da Alemanha. A publicação acontece em meio a uma revolta no mundo islâmico, que teve início com a divulgação de um filme que satiriza o profeta Maomé.
A editora da El Jueves, Mayte Quilez, explicou, em entrevista ao site americano Huffington Post, que a revista tomou a decisão de adotar uma posição cômica sobre uma questão controversa. “Se você não pode retratar Maomé, como você sabe que é ele nas caricaturas?”, disse.
A charge mostra vários muçulmanos em uma fila de reconhecimento da polícia sob o título “Mas… alguém sabe qual a aparência de Maomé?”. Qualquer representação do profeta é considerada uma blasfêmia pelos muçulmanos, ainda mais se for feita com o intuito de difamar Maomé.
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Relações Exteriores – A embaixada espanhola enviou um recado na quarta-feira a seus cidadãos no Egito pedindo cuidado no caso de alguma reação à charge da El Jueves, mas não disse se irá aumentar a segurança em outros países árabes. “Ainda estamos analisando quais medidas serão tomadas”, afirmou uma fonte do Ministério de Relações Exteriores espanhol.
França – Na semana passada, a revista satírica francesa Charlie Hebdo publicou charges do profeta Maomé, causando mais revolta entre os islâmicos, especialmente entre aqueles que moram no país, que abriga a maior comunidade islâmica na Europa.
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Embaixadas, escolas e centros culturais franceses foram fechados em 20 nações muçulmanas por ordem do governo da França após a primeira publicação para evitar confrontos.
Alemanha – A próxima edição da revista alemã Titanic, que deve ser lançada dia 28 de setembro, mostra uma caricatura da ex-primeira-dama alemã Bettina Wulff – a qual boatos apontam que teria trabalhado como prostituta no passado – nos braços de um guerreiro muçulmano com barba, turbante e um longo punhal que representa Maomé, segundo um esboço publicado pelo meio digital.
Segundo o diretor da revista, Leo Fischer, a sátira pretende ser “uma advertência contra filmes ofensivos malfeitos, mas principalmente contra celebridades ultrapassadas que querem se beneficiar da crítica barata contra o Islã”.
(Com Agência Reuters)