Cairo, 19 nov (EFE).- A violência continua na Síria onde pelo menos 22 pessoas morreram e 30 ficaram feridas na sexta-feira, segundo a última apuração dos Comitês de Coordenação Local, e neste sábado expira o ultimato de três dias que a Liga Árabe deu ao regime de Damasco para que cesse a repressão sobre a população.
Nesta madrugada, o Exército sírio entrou com tanques em Jabal Zauya, na província setentrional de Idleb, na fronteira com a Turquia, onde estão cortadas as comunicações telefônicas e a corrente elétrica.
Também hoje, as forças da ordem entraram na localidade de Shayzar, na província central de Hama, onde dispararam de forma indiscriminada e realizaram prisões, indicaram os Comitês.
A sexta-feira de protestos na Síria acabou com a morte de pelo menos 22 pessoas, quatro delas menores de idade, conforme a apuração dessa organização opositora.
Entre os 30 feridos há seis em estado grave pelos disparos das forças de segurança e do Exército, que abriram fogo ontem à noite contra uma manifestação na Grande Mesquita de Erbín, próxima a Damasco, informaram os Comitês.
O grupo opositor destacou que pela primeira vez os soldados de segurança usaram armas com silenciadores.
As províncias mais castigadas ontem pela repressão do regime de Damasco foram Deraa, Homs e Hama, fortificações da oposição ao presidente sírio, Bashar al Assad.
Estas informações não puderam ser verificadas de forma independente devido às restrições impostas pelas autoridades sírias aos jornalistas.
Em resposta ao pedido da Liga árabe, na quinta-feira passada, a Síria comunicou por escrito a esse organismo pan-árabe que aceitaria receber a missão de observadores, se fossem realizadas ‘ligeiras modificações’ no programa.
O secretário-geral da Liga Árabe, Nabil al Arabi, recebeu uma mensagem do ministro de Relações Exteriores sírio, Walid al Moualem, que incluía uma série de emendas ao projeto de protocolo proposto pela organização referentes aos trabalhos da missão de observadores.
A repressão deixou na Síria mais de 3.500 mortos desde o começo das revoltas em meados de março deste ano, segundo os últimos números divulgados pela ONU. EFE