Cairo, 13 nov (EFE).- Um dia depois de a Liga Árabe ter anunciado a suspensão da Síria da organização, pelo menos 26 pessoas morreram no país em consequência da repressão do regime de Bashar al Assad, denunciaram neste domingo grupos opositores.
Os Comitês de Coordenação Local afirmaram que pelo menos 14 pessoas foram mortas em Hama, sete na província de Homs, três na província de Deraa, uma nos arredores de Damasco e outra em Deir Zur, no noroeste do país.
A última vítima citada é um estudante de 15 anos que foi assassinado pelas forças de segurança depois que um grupo de jovens tentava sabotar uma manifestação pró-governamental em Deir Zur.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos acrescentou que pelo menos dois policiais morreram e outro ficou ferido em um ataque cometido por supostos soldados desertores em um mercado de Al Quseir, em Homs.
Na localidade de Dael, em Deraa, uma greve geral foi articulada em protesto contra a repressão do regime sírio. Nas cidades de Hama e Homs também ocorreram manifestações contra o regime de Assad.
Já na capital, as forças de segurança abriram fogo para dispersar uma manifestação no bairro de Barza, que acabou com a prisão de cinco pessoas.
As autoridades sírias não confirmaram e nem desmentiram estes fatos, que não puderam ser verificados de forma independente pelas restrições que o regime de Assad impôs aos jornalistas.
A morte de opositores neste domingo coincidem com as manifestações que estão sendo realizadas em várias cidades da Síria em apoio ao líder Bashar al Assad, isso depois que no último sábado a Liga Árabe suspendeu o país da organização e pediu novas sanções econômicas e políticas contra o regime de Damasco.
O líder sírio, por sua vez, considerou a decisão da Liga Árabe como ‘nula’ e submetida aos interesses dos americanos.
A organização pan-árabe adotou essa resolução após uma reunião extraordinária dos ministros das Relações Exteriores árabes no Cairo. No entanto, a decisão só será aplicada a partir de 16 de novembro, quando uma nova reunião, em Rabat, decidirá se a Síria mudou de atitude e passou a atender às exigências da Liga Árabe.
A iniciativa da Liga Árabe, que foi aceita pelas autoridades sírias no último dia 2 de novembro, estipula, entre outros pontos, o fim da violência, a retirada das forças armadas das ruas do país e a libertação dos detidos durante os protestos.
Desde que começaram os protestos na Síria, no mês de março, mais de 3,5 mil pessoas morreram pelas forças de segurança, segundo os últimos números divulgados pela ONU. EFE