Repressão continua e Annan propõe novo plano para Síria
Atentado a bomba atinge estacionamento de Palácio de Justiça em Damasco
O enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, propôs nesta quinta-feira o apoio a um governo de transição na Síria que incluiria partidários do ditador Bashar Assad e membros da oposição para encontrar uma solução política ao conflito, informaram fonte diplomáticas. As principais potências (Rússia, China, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França) respaldam a ideia, que será discutida na reunião de sábado em Genebra do grupo de ação sobre a Síria, segundo as mesmas fontes.
Leia também:
Leia também: Turquia põe soldados e mísseis na fronteira com a Síria
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
- • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.
Leia mais no Tema ‘Guerra Civil na Síria’
De acordo com o plano proposto por Annan, o novo governo de coalizão incluiria membros do atual governo sírio e grupos da oposição, mas não dirigentes “cuja presença poderia ser nociva para a transição, prejudicar a credibilidade do governo ou os esforços de reconciliação”, afirmou uma fonte. “A descrição feita por Annan dá a entender que Assad poderia ser excluído, mas também que alguns dirigentes da oposição poderiam ficar de fora”, afirmou outro diplomata, que explicou que não existem elementos na proposta de Annan que excluam explicitamente Assad.
Violência – Enquanto isso, um atentado a bomba foi executado nesta quinta-feira perto do Palácio de Justiça de Damasco, no centro da capital síria, anunciou a televisão estatal. Uma fonte policial, que pediu anonimato, afirmou que duas bombas magnéticas explodiram sob dois carros de magistrados no estacionamento. Os agentes tentavam desativar um terceiro artefato.
Também nesta quinta-feira, os grupos opositores sírios elevaram a 100 o número de mortos durante a jornada de ontem na Síria pela repressão das forças governamentais, que castigaram especialmente a província de Idlib, fronteiriça com a Turquia.
Segundo os Comitês de Coordenação Local, 104 pessoas foram mortas, entre elas 20 menores, enquanto o Observatório conta 86 vítimas civis e a Comissão Geral da Revolução fala em 91. O maior número de vítimas foi registrado em Idlib e na periferia de Damasco, cenário de bombardeios e de choques entre as forças governamentais e os rebeldes do Exército Livre Sírio.
(Com agências EFE e France-Presse)