Relatório expõe falhas na segurança do consulado na Líbia
Investigação sobre ataque que matou embaixador americano indica que a sede diplomática em Bengasi era protegida basicamente por milícias locais
Trechos não confidenciais da investigação sobre o ataque ao consulado dos Estados Unidos em Bengasi, divulgados nesta terça-feira, expõem as falhas de segurança antes do atentado e atribuem culpa ao Departamento de Estado, comandado por Hillary Clinton.
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Recebido pela própria Hillary, o relatório independente critica duramente o Departamento de Estado pela “falta de pessoal experiente” para garantir a segurança dos membros do consulado, que estava sendo protegido basicamente por “milícias locais”. Segundo a investigação, os pedidos de funcionários da embaixada em Trípoli para melhorar a segurança da sede diplomática em Bengasi antes do ataque foram ignorados. O relatório confirma, além disso, que o atentado foi uma ação planejada por terroristas e não um ataque motivado pelos protestos contra o filme ofensivo aos muçulmanos, como foi indicado a princípio.
O atentado, no dia 11 de setembro deste ano, provocou a morte do embaixador Chris Stevens e de outros três americanos.
Apesar de a investigação culpar duas agências do Departamento de Estado – a de segurança diplomática e a de Assuntos de Oriente Médio – por não terem coordenado um plano de segurança adequado para o consulado, o texto não considera que seja necessário iniciar ações disciplinares contra funcionários.
Segurança reforçada – Em carta enviada ao Congresso, Hillary apontou que aceita todas as recomendações – 29 no total, algumas classificadas – do relatório independente. A secretária de Estado informou que os EUA enviarão centenas de fuzileiros para reforçar a proteção de suas sedes diplomáticas.
O almirante retirado Michael Mullen, um ex-chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, e o ex-diplomata Thomas Pickering foram os autores da investigação, encomendada pela própria secretária de Estado. Nesta quarta, a dupla irá ao Congresso para responder, a portas fechadas, a perguntas sobre o relatório.
(Com agências EFE e France-Presse)