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Relações devem ‘transcender’ pessoas e governos, diz chanceler do Chile

A visita do chanceler, Teodoro Ribera, se dá no dia seguinte ao ataque de Jair Bolsonaro contra a ex-presidente chilena Michelle Bachelet

Por Da Redação
Atualizado em 5 set 2019, 18h28 - Publicado em 5 set 2019, 18h11

Em meio à tensão causada pelas declarações do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, sobre a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, o ministro das Relações Exteriores do Chile, Teodoro Ribera, atuou com cautela em Brasília nesta quinta-feira para evitar um incidente diplomático. Em visita oficial, Ribera defendeu que a relação entre os dois países “transcenda” as pessoas e os governos.

Após encontro com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o chanceler chileno defendeu a aprovação no Congresso do acordo comercial firmado entre os dois governos em 2018. “Portanto, temos que conseguir que as relações diplomáticas e as relações entre os países transcendam as pessoas, os governos e as épocas”, declarou Ribera.

Agendada com antecedência, sua visita ocorreu no dia seguinte dos comentários ofensivos de Bolsonaro a Bachelet, atual Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos. A chilena havia pouco antes dito ser preocupante a escalada de violência policial no Brasil ao longo deste ano, sobretudo contra jovens negros, e afirmara que o país já não é mais uma democracia plena.

O presidente brasileiro reagiu com ferocidade, dizendo que o golpe militar de 1973 no Chile, liderado por Augusto Pinochet, “deu um basta à esquerda” do país. “Seguindo a linha do (Emmanuel) Macron (presidente da França) em se intrometer nos assuntos internos e na soberania brasileira, (Bachelet) investe contra o Brasil na agenda de direitos humanos (de bandidos), atacando nossos valorosos policiais civis e militares”, escreveu Bolsonaro em rede social.

“(Bachelet) Diz ainda que o Brasil perde espaço democrático, mas se esquece que seu país só não é uma Cuba graças aos que tiveram a coragem de dar um basta à esquerda em 1973, entre esses comunistas o seu pai, brigadeiro à época”.

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O pai da ex-presidente chilena, general da Força Aérea Alberto Bachelet, foi preso, torturado e assassinado pelo regime de Pinochet.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, condenou as falas de Bolsonaro sobre a ex-presidente chilena e seu pai. “Não compartilho a alusão feita pelo presidente Bolsonaro a uma ex-presidente do Chile e, especialmente, num assunto tão doloroso quanto a morte de seu pai”, disse Piñera em pronunciamento no Palácio de La Moneda.

O chanceler chileno também se encontrou com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, que  agradeceu a ajuda chilena para conter os incêndios na amazônia ao enviar aviões preparados para conter as queimadas. Fontes do Itamaraty afirmaram que ambos conversaram longamente, como se nunca tivesse havido o atrito em relação a Bachelet.

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Os negócios bilaterais, na verdade, importam bastante para ambos os lados. O Chile é o segundo maior parceiro comercial do Brasil na América Latina, depois da Argentina. Já o Brasil figura em primeiro lugar entre os mercados latino americanos de produtores chilenos. Ribera destacou que há mais de 30 bilhões de dólares de recursos de seu país investidos no Brasil.

Ribera segue nesta quinta-feira para São Paulo, onde jantará com empresários na Fiesp.

(Com Estadão Conteúdo)

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