Reino Unido ultrapassa três milhões de casos de Covid-19 e 80.000 mortos
Sem medidas imediatas, 'nosso serviço nacional de saúde pode ficar saturado e mais pessoas morrerão', afirmou prefeito de Londres nesta semana
O Reino Unido registrou neste sábado, 9, novos 59.937 casos de Covid-19, elevando o total desde o início da pandemia a 3.017.409 infecções. No país, o mais atingido na Europa, com 80.868 mortes (1.035 das quais ocorreram nas últimas 24 horas), as infecções dispararam, aparentemente devido a uma variante mais contagiosa.
Na última terça-feira, o Escritório Nacional de Estatísticas estimou que um morador em cada 50 na Inglaterra foi infectado com o vírus na semana passada, e um em cada 30 em Londres.
Na sexta-feira, o prefeito Sadiq Khan afirmou que o sistema hospitalar da capital britânica corre sério risco de superlotação devido ao aumento de casos do novo coronavírus. Khan emitiu uma declaração formal de “incidente grave” para acionar a ajuda de agências britânicas.
“Se não tomarmos medidas imediatas agora, nosso serviço nacional de saúde pode ficar saturado e mais pessoas morrerão”, afirmou em comunicado. A declaração é um requisito formal para obter uma resposta global de agências estatais.
Khan escreveu ao premiê Boris Johnson para pedir mais poderes, como o de fechar igrejas e exigir o uso de máscaras em locais lotados ao ar livre, como filas de supermercados. O jornal britânico The Guardian reporta que o prefeito também pediu por mais apoio financeiro a trabalhadores que não podem fazer home office, para que possam ficar em casa.
Entre 30 de dezembro e 6 de janeiro, o número de pacientes com coronavírus na capital aumentou 27%, e a quantidade de pessoas ligadas a ventiladores cresceu 42%. O número atual de pessoas hospitalizadas, 7.034, é 35% maior do que no início da pandemia, em abril. Além disso, o serviço de ambulâncias na cidade está recebendo até 8.000 chamadas de emergência por dia, 2.500 a mais que em um dia normal de trabalho.
Corrida contra o tempo
No início de novembro, o país instaurou um lockdown “light”, com menos restrições que o do início da pandemia, como a manutenção de aulas presenciais em escolas e universidades. A esperança era de que, após 17 dias de confinamento parcial, ingleses pudessem desfrutar das festas de fim de ano com mais tranquilidade, mas uma nova cepa do vírus, 70% mais infecciosa, frustrou esses planos.
Submetido ao seu terceiro confinamento nesta semana, o Reino Unido está imerso numa “corrida contra o tempo”, com hospitais à beira da saturação, para alcançar até meados de fevereiro a vacinação dos maiores de 70 anos, profissionais da saúde e pessoas vulneráveis.
A recomendação é que toda a população fique em casa, saindo apenas uma vez por dia para fazer exercícios. Ingleses também poderão sair de casa para trabalhar, caso seja impossível trabalhar remotamente, e para comprar alimentos e remédios essenciais.
Em um mês, o país vacinou quase 1,5 milhão de pessoas com as vacinas desenvolvidas pela Pfizer/BioNTech e AstraZeneca/Oxford. Na sexta-feira, em adição aos dois imunizantes, o órgão regulador de medicamentos britânico aprovou o uso da candidata do laboratório americano Moderna.