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Reino Unido investiga vídeo de soldados atirando em imagem de Corbyn

As imagens teriam sido gravadas durante prática no Afeganistão; disposição de Theresa May para negociar o Brexit com o líder oposicionista gerou revolta

Por Da Redação
3 abr 2019, 10h58

O Exército do Reino Unido informou nesta quarta-feira, 3, que investiga um vídeo que circula nas redes sociais em que soldados aparecem praticando tiro com a imagem do líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, como alvo.

Corbyn comanda a oposição ao governo da primeira-ministra britânica, Theresa May, e a seu acordo para o Brexit. Segundo veículos de imprensa britânicos, as imagens divulgadas foram feitas em Cabul, capital do Afeganistão, e mostram quatro soldados do Terceiro Batalhão do Regimento de Paraquedistas utilizando a foto de Corbyn para a prática, que aparentemente foi realizada nos últimos dias.

Os registros do exercício foram legendados com a frase “felizes com isso” e postados em um perfil da rede social Snapchat que já não está mais disponível. A autenticidade do vídeo foi confirmada pelo Ministério de Defesa britânico.

“Este comportamento é totalmente inaceitável e está abaixo dos altos níveis (de comportamento) que se espera do Exército”, afirmou um porta-voz militar.

Um porta-voz do Partido Trabalhista disse que o comportamento dos soldados é “alarmante e inaceitável” mas afirmou que a oposição confia no Ministério da Defesa para investigar e punir o incidente. O parlamentar conservador, Tom Tugendhat, um coronel reformado que serviu no Iraque e no Afeganistão, também declarou que o vídeo é “lamentável.”

O ministro de prisões do governo, o conservador Rory Stewart, disse à BBC que o exercício militar foi “completamente errado”. “Eles não deveriam agir politicamente. Eles estão onde estão apenas para defender o país e a Rainha”, completou.

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As imagens ofensivas vem à tona apenas um dia depois de Theresa May anunciar sua disposição em negociar com o Partido Trabalhista para firmar um acordo de saída da União Europeia. O Reino Unido passa por uma profunda crise graças a falta de consenso do Parlamento em torno do Brexit, inicialmente marcado para o dia 29 de março e agora remarcado para 12 de abril.

A primeira-ministra deve pedir a União Europeia um novo adiamento da saída para negociar um consenso diretamente com Corbyn, o nome mais importante da oposição britânica.

O anúncio gerou revolta entre membros do Partido Conservador que repudiam demandas fundamentais do oposicionista. Um dos insatisfeitos, o parlamentar conservador Nigel Adams declarou nesta quarta que renunciará ao cargo de ministro do País de Gales.

“Agora parece que você (May) e seu governo decidiram que um acordo preparado com um marxista que nunca colocou os interesses britânicos em primeiro lugar é melhor do que a ausência de um acordo”, criticou o ministro em carta enviada a premiê.

Adams, que é ministro desde 2017 e ajudou a angariar votos para o acordo do governo, recusado em três ocasiões pelo Parlamento, ainda afirmou que buscar a ajuda de Corbyn é “um grave erro” que levaria o Reino Unido a uma união aduaneira com a União Europeia. Ele menciona a principal demanda do líder trabalhista, um dos principais pontos de divergência com os governistas pró-Brexit.

UE cobra acordo

Também no início desta quarta, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, deixou claro que o Reino Unido não conseguirá um novo adiamento para o Brexit a menos que o Parlamento britânico ratifique o acordo de saída da União Europeia até o limite máximo de 12 de abril.

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“O décimo segundo dia de abril é o prazo final para a aprovação do Acordo de Saída pela Câmara dos Comuns”, declarou Juncker ao Parlamento Europeu em Bruxelas. “Se isso não for feito até lá, então mais nenhum adiamento será possível.”

“A saída sem acordo à meia-noite de 12 de abril é agora um cenário bem provável. Não é o desfecho que quero. No entanto, é um desfecho para o qual me certifiquei de que a UE está pronta”, completou o presidente.

O ministro britânico para o Brexit, Stephen Barclay, também se mostrou pessimista quanto ao futuro do acordo. Ele teme que Corbyn ou o Parlamento aprovem um novo referendo para a saída da União Europeia o que, segundo ele, exigiria pelo menos 12 meses de preparação. Realizar um novo referendo teria um efeito “assustador” para os mercados, acrescentou Barclay a uma comissão parlamentar.

 

(com Agência Efe, Reuters)

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