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Regime de Maduro ameaça assessor de imprensa de Juan Guaidó

Oposição prepara manifestação no dia 10 para denunciar repressão do governo venezuelano e novamente exigir sua renúncia

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 6 mar 2020, 15h07 - Publicado em 6 mar 2020, 14h04

Ao apertar o cerco contra os principais colaboradores do líder de oposição Juan Guaidó, o regime de Nicolás Maduro, da Venezuela, voltou-se nesta semana contra o principal assessor de imprensa e chefe de gabinete do autoproclamado presidente interino do país, o jornalista Edward Rodríguez, a quem ameaça com iminente prisão. Em discurso televisionado, o número dois de Maduro, Diosdado Cabello, determinou às forças de segurança uma perseguição a Rodríguez.

“Aviso aos organismo de segurança: o apelidado Cabeção, especialista em criar fake news e em falsos-positivos. Pendente, pendente. Não digam que não avisei. O apelidado Cabeção se chama Edward Rodríguez Jiménez”, declarou Cabello em seu programa transmitido pela rede Venezuelana de Televisão.

Rodríguez acumula também a coordenação de imprensa da Assembleia Nacional da Venezuela, presidida por Guaidó, e é um de seus principais aliados desde antes da ascensão do líder oposicionista, no início de 2019. Nesta semana, tem sido peça-chave na divulgação do atentado contra Guaidó por grupos armados durante uma manifestação da oposição em Barquisimeto, capital do estado de Lara, no sábado, 29. O ataque deixou cinco pessoas feridas, entre as quais um rapaz de 16 anos atingido na perna. Guaidó denunciou o fato como uma tentativa de assassiná-lo, e vários governos, entre os quais o do Brasil e o socialista da Espanha, condenaram a ação.

Uma mobilização da oposição venezuelana contra o regime e os mais recentes atos de repressão foi convocada para terça-feira, 10. Cabello considerou a iniciativa como mais um “falso positivo”, uma montagem enganosa.

Ao jornal espanhol ABC, Rodríguez afirmou que continuará trabalhando como sempre, apesar das ameaças de Diodado Cabello. Pelo Twitter, afirmou que os organismos de direitos humanos dentro e fora da Venezuela já anotaram a ameaça contra sua integridade e a de sua família e as acusações sem fundamento de Cabello. Em carta à Sociedade Interamericana de Imprensa enviada na quinta-feira, 5, o jornalista denunciou a perseguição a que tornou-se alvo e descreveu com detalhes o ataque contra Guaidó e seus colaboradores em Barquisimeto.

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O caso de perseguição a Rodríguez não é o primeiro e, possivelmente, não será o último enquanto persista o governo de Nicolás Maduro. O cerco do regime tem se fechado sensivelmente contra seus opositores. No final de 2019, o deputado Yon Goicochea recebeu ameças do regime e deixou o país temporariamente. Em fevereiro, o tio de Guaidó, Juan José Márquez, foi preso ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Maiquetía, vindo de Lisboa junto com seu sobrinho, que encerrava uma peregrinação internacional em busca de apoio. Márquez, que é piloto da aviação civil e não milita na área política, continua aprisionado até o momento na Direção Geral de Contra-Inteligência Militar, em Caracas.

O Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa, da Venezuela, lembrou por meio de nota que Rodríguez dispõe de medidas cautelares de proteção emitidas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e sublinhou tratar-se ele de um “jornalista de trajetória impecável”. “Responsabilizamos a burocracia de Nicolás Maduro pelo que possa ocorrer ao colega e às pessoas mais próximas dele”, informou.

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