Receita da China dobrará na próxima década, diz Hu Jintao
Presidente cederá cargo a Xi Jinping em 18º Congresso do Partido Comunista
Durante seu discurso na abertura do Congresso do Partido Comunista, nesta quinta-feira, o presidente da China, Hu Jintao, afirmou que o desenvolvimento econômico continuará a ser o eixo do Partido Comunista. Hu ainda disse que o rendimento chinês deve dobrar na próxima década. “A China enfrentou oportunidades e desafios sem precedentes, e a nação deve agora trabalhar e desejar subir ainda mais”, disse Hu.
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Hu Jintao abriu nesta quinta-feira o 18º Congresso do Partido Comunista, ao fim do qual, depois de 10 anos no poder, deverá ceder o cargo a Xi Jinping. Em seu discurso de abertura, Hu ressaltou a necessidade urgente de o partido lutar contra a corrupção interna. Perante os mais de 2.000 delegados do PC reunidos no encontro, Hu qualificou a corrupção de “sério desafio” e declarou: “Se falharmos no tratamento desta questão, pode ser fatal para o partido, pode até mesmo causar o colapso do partido e a queda do estado”.
A afirmação do também secretário-geral do Partido Comunista chinês foi feita após o surgimento de vários casos e denúncias de dirigentes corruptos nos últimos meses. O escândalo de maior repercussão envolveu um dos antigos “príncipes” do regime comunista, Bo Xilai, mas até mesmo o primeiro-ministro, Wen Jiabao, teve que se defender de acusações de desvio de dinheiro, após a publicação de uma reportagem no jornal americano The New York Times no final de outubro.
Congresso – Ao contrário da imensa campanha política que resultou na reeleição de Barack Obama nos Estados Unidos, a nomeação do sexto sucessor de Mao Tse-Tung será feita com a tradicional solenidade dos congressos comunistas, envolta em segredo e sob forte segurança. Na imensa Praça da Paz Celestial, os 2.270 delegados reunidos no Palácio do Povo escutarão o balanço do presidente Hu Jintao. Em seu mandato, a China se transformou na segunda potência mundial.
Xi, transformado no secretário-geral do PC, passará de fato ao posto de presidente da República em uma formalidade prevista para março. O novo presidente vai dirigir uma China em plena mudança, com uma economia quase capitalista, afetada pela crise financeira europeia e uma população ávida por reformas políticas e de transparência, sobretudo acerca da riqueza dos líderes comunistas. Oito em cada dez chineses nas cidades esperam mudanças políticas, segundo uma pesquisa publicada na quarta-feira pela imprensa oficial.
(Com agência Reuters)