Rebeldes sitiam aeroporto e afirmam que derrubaram avião
Opositores sírios estão atacando aeroportos militares para diminuir possibilidade de ataques aéreos das forças do regime
Em mais um dia de intensos combates na Síria, os rebeldes anunciaram que sitiaram nesta quarta-feira o aeroporto militar Hamadan, na cidade de Albu Kamal, perto da fronteira com o Iraque, e derrubaram um avião militar no norte do país. Os insurgentes, que lutam há quase 18 meses contra o regime do ditador Bashar Assad, afirmam que há dezenas de soldados fieis ao governo concentrados no aeroporto, que tem sido usado por helicópteros para lançar bombardeios contra redutos rebeldes.
Os adversários de Assad intensificaram os ataques contra bases aéreas desde a semana passada, em uma tentativa de enfraquecer o poder aéreo oficial. O ditador se apoia cada vez mais na aeronáutica para deter os avanços rebeldes em áreas urbanas e rurais. Na província de Idlib, ao norte do país, os rebeldes já deixaram inoperantes os aeroportos de Taftanaz e Abu Thuhur, de acordo com diplomatas.
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Fontes contrárias ao regime informam que o aeroporto é a última base dominada pelas forças do governo na região de Albu Kamal depois de os rebeldes invadir os outros complexos militares na cidade, situada próxima ao rio Eufrates, a poucos quilômetros de um ponto de travessia para o Iraque. “Se o aeroporto de Hamadan cair, Albu Kamal ficará completamente sob controle rebelde”, afirmou um representante da oposição.
Segundo um diplomata ocidental em Amã, os rebeldes não têm as armas suficientes para manter o controle do aeroporto de Hamadan, caso o conquiste.
Brasil – A embaixadora do Brasil na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, lamentou “profundamente” nesta quarta-feira a continuidade do conflito armado no país árabe. Ela disse que o governo Sírio tem a responsabilidade de cessar os combates e criar as condições para um processo político. Mas, em troca, a oposição necessita aceitar inteiramente a este passo. A embaixadora brasileira falou das consequências da crise síria sobre o Líbano e pediu que a comunidade internacional apoie os libaneses neste momento.
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(Com agência Reuters)