Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Rebeldes lançam ‘batalha da libertação’ de Damasco

Por Da Redação
17 jul 2012, 18h07

Os rebeldes sírios lançaram a “batalha pela libertação” de Damasco, onde violentos combates foram travados nesta terça-feira com a entrada em ação pela primeira vez dos helicópteros do Exército, intensificando ainda mais a violência, que deixou pelo menos 86 pessoas mortas em todo o país.

Em Moscou, o emissário internacional Kofi Annan, que tenta ressuscitar o seu plano de paz, afirmou que a violência na Síria chegou a um “ponto crítico”, após a Cruz Vermelha Internacional ter classificado o conflito armado de “guerra civil”.

O general Manaf Tlass, oficial de maior patente a ter desertado do Exército sírio, anunciou que está em Paris e que deseja uma transição construtiva em seu país, em um comunicado transmitido à AFP. Ele expressa sua “ira e dor por ver o Exército levado a travar um combate contrário a seus princípios”.

“A batalha pela libertação de Damasco começou e os combates não vão parar na capital. Nós vamos para a vitória”, afirmou o coronel Kassem Saadeddine, porta-voz do Exército Sírio Livre (ESL), na Síria, contatado via Skype pela AFP. Os combates coincidem com o 12º aniversário da chegada ao poder de Bashar al-Assad, após a morte de seu pai.

Continua após a publicidade

Já um militar afirmou à AFP que o Exército “controla a situação e persegue os terroristas fugitivos em casas e mesquitas” de Damasco.

Desde domingo, os combates na capital, caracterizados pela oposição de reviravolta da contestação, ocorrem em vários bairros. Helicópteros entraram pela primeira vez em ação nesta terça-feira e metralharam bairros hostis ao regime.

Os combates sacodem o bairro de Midane, próximo do centro da cidade, onde, segundo uma fonte militar, o Exército entrou e cercou a mesquita de Zine al-Abidine. Foi dado um ultimato aos moradores para que deixem o local antes da invasão iminente. Os soldados também entraram em Tadamoun (sul), onde ainda há “focos de resistência”.

Continua após a publicidade

“O regime (de Assad) que está afundando, e ficou louco”, afirma um militante de Midane, identificado como Abou Moussab. “Eles atiram em tudo e acabam de destruir a mesquita Ghazwat Badr”.

No bairro de Qaboun (leste), “onde está a maioria dos rebeldes”, os “combates continuam”, acrescentou a fonte militar, indicando que “33 terroristas foram mortos, 15 feridos e 145 presos”, fazendo referência aos rebeldes. O regime não reconhece o movimento de contestação.

O porta-voz do ESL afirmou que um helicóptero foi abatido quando sobrevoava este bairro. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres, Qaboun foi alvo de disparos “que partiram dos helicópteros”, e que mataram três civis.

Continua após a publicidade

Como todos os dias, foram registradas dezenas de mortes pelo país. Ao menos 86 pessoas morreram nesta terça-feira em meio à violência, segundo o OSDH, sendo 19 em Damasco. Do total de vítimas, 50 eram civis, 23 soldados e 13 rebeldes, indicou a ONG.

O ESL, formado por desertores e civis armados, indicou que havia lançado uma grande operação, atacando “todos os postos de segurança nas cidades e no campo para provocar uma luta feroz (com as forças regulares) e obrigá-los a se render”.

Iniciada em março de 2011, a revolta popular, violentamente reprimida pelo regime, degenerou em conflito armado entre soldados e rebeldes. Mais de 17.000 pessoas morreram no país em 16 meses, segundo o OSDH.

Continua após a publicidade

Em Moscou, Annan considerou “inaceitável” a situação neste país, onde, segundo ele, a crise chegou a “um ponto crítico”. Ele se reuniu nesta terça-feira com o presidente russo, Vladimir Putin, que assegurou que a Rússia fará tudo para apoiar os esforços para pôr fim à crise.

A Rússia, principal aliada do regime de Assad, bloqueou todas as resoluções na ONU que condenavam a repressão. Em Nova York, as negociações sobre um novo mandato dos observadores na Síria enfrentam um impasse. Os ocidentais insistem na aprovação de uma resolução que ameace o regime com sanções, enquanto a Rússia rejeita essa possibilidade.

“Eu não vejo por que não podemos chegar a um acordo no Conselho de Segurança. Estamos prontos para isso”, declarou, contudo, o chanceler russo Sergei Lavrov.

Continua após a publicidade

Em Paris, o presidente francês François Hollande pediu à Rússia para ajudar a acabar com os massacres diários “insuportáveis e intoleráveis”.

“Os russos precisam compreender que eles não podem ser considerados os únicos, ou quase, a dificultar a busca por uma solução”.

Por sua vez, o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que a Rússia aumente a pressão sobre seu aliado sírio durante uma conversa por telefone com o chanceler russo. Ban Ki-moon é esperado em Pequim para conversas com líderes chineses na quarta-feira.

Por fim, o Conselho de Segurança da ONU expressou sua preocupação com o impacto do conflito sírio sobre o Líbano, citando “as pressões na fronteira libanesa, as operações e disparos para além da fronteira”.

Com a deterioração da situação, o governo iraquiano pediu que os seus cidadãos deixem a Síria, destacando a “crescente violência de que são alvo”.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.