Bruxelas, 5 mar (EFE).- O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Anders Fogh Rasmussen, expressou nesta segunda-feira sua confiança que o virtual vencedor das eleições presidenciais na Rússia, Vladimir Putin, continue a política de diálogo com o organismo e aceite cooperar em mais áreas, especialmente a de defesa antimísseis.
‘Os resultados das eleições ainda não são finais, mas soube dos resultados preliminares e também das preocupações expressadas pelos observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e do Conselho Europeu’, afirmou Rasmussen após ser perguntado sobre pleito.
Segundo o político dinamarquês, com a vitória de Putin, é de se esperar um prosseguimento nas políticas russas. ‘Espero que essa continuidade mantenha o compromisso com o diálogo positivo e a cooperação que acordamos na cúpula Otan-Rússia de Lisboa, em novembro de 2010’, declarou.
Rasmussen lembrou que a organização e o governo russo estão de acordo em uma série de assuntos, como a operação no Afeganistão, a luta contra o terrorismo, o narcotráfico e a pirataria.
‘Espero que agora possamos avançar em outras áreas, especialmente a defesa antimísseis’, acrescentou.
Os russos sempre se mostraram contra o escudo antimísseis que a Otan está implantando na Europa, especialmente depois que a proposta de iniciar um sistema conjunto foi rejeitada pelos seus aliados. Nesse aspecto, a organização tenta convencer Mosou a assinar um acordo de cooperação, que permita superar as tensões provocadas pelo projeto.
O objetivo da Otan é que esse convênio possa ser selado na sua próxima reunião de cúpula, que acontecerá em Chicago (Estados Unidos), em maio, embora o órgão reconheça haver poucos avanços na negociação.
Rasmussen disse nesta segunda-feira que é prematuro especular sobre a possibilidade de alcançar o acordo e explicou que só haverá reunião entre a Otan e a Rússia em Chicago se existir possibilidade de assinarem o pacto.
Nos últimos meses, o sistema antimísseis foi objeto de duros ataques por parte de Putin, que afirmou que a Rússia já está adotando medidas de utilizar mísseis capazes de superar qualquer escudo.
‘Como político estou habituado a ouvir muitas coisas durante as campanhas eleitorais. O que conta são os passos concretos que se tomam uma vez que o eleitorado fez sua escolha’, respondeu Rasmussen perguntado pelas advertências lançadas por Putin. EFE