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Rabino russo exige desculpas de chanceler por alegar que Hitler era judeu

Líder religioso da Rússia chamou alegações de 'chocantes' e sugeriu que Sergey Lavrov pedisse desculpas à Israel

Por Da Redação
4 Maio 2022, 11h55
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  • O rabino-chefe da Rússia, Berel Lazar, criticou as declarações do ministro das Relações Exteriores de seu país, Sergey Lavrov, que atribuiu uma origem judaica ao ditador nazista Adolf Hitler. O líder religioso chamou as alegações de ‘chocantes’ e sugeriu que o chanceler russo pedisse desculpas à Israel.

    + Israel reage à fala de chanceler russo sobre ‘sangue judeu’ de Hitler

    Apontado como aliado do presidente russo Vladimir Putin, o líder religioso tentou apagar o incêndio gerado por Lavrov sem criar atrito com o Kremlin.

    “Não me considero no direito de dar conselhos ao chefe da diplomacia russa – mas seria bom se ele pedisse desculpas aos judeus e simplesmente admitisse que estava enganado”, disse Lazar à agência de notícias Jewish Telegraphic.

    O rabino-chefe da Federação das Comunidades Judaicas da Rússia disse que era “inapropriado fazer qualquer comparação” entre o Holocausto e os assuntos atuais e estimou que, após a retratação do chanceler russo, “seria possível considerar o incidente resolvido e virar a página”.

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    Apesar da critica não ter sido muito contundente, o tipo de declaração dada pela autoridade judaica é incomum na Rússia, onde outros clérigos apoiaram a guerra na Ucrânia e onde a dissidência foi amplamente tornada ilegal.

    + Putin censura divulgação de ‘informações falsas’ sobre ações da Rússia

    Contudo, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, não condenou os comentários controversos de Lavrov e acirrou ainda mais a disputa diplomática com Israel, atacando o ministro das Relações Exteriores israelense, Yair Lapid.

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    “Nós prestamos atenção às declarações do chefe do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, que explicam amplamente o curso do atual apoio do governo israelense ao regime neonazista em Kiev”, tuitou o ministério russo.

    Na segunda-feira, 2, Lapid reagiu aos comentários do chanceler russo chamando as observações de Lavrov de “indesculpáveis ​​e escandalosas, além de um terrível erro histórico”.

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    Em entrevista a uma emissora italiana, no domingo, 1, o chanceler afirmou que Hitler tinha raízes e “sangue judeu”, provocando indignação de autoridades israelenses e líderes judaicos.

    A declaração veio após um questionamento sobre como a Rússia pode alegar que está lutando para “desnazificar” a Ucrânia quando o próprio presidente do país, Volodymyr Zelensky, é judeu.

    Em resposta, o ministro russo disse que “Hitler também tinha sangue judeu”, portanto, a origem judaica do líder ucraniano “não significa absolutamente nada”. Na ocasião, Lavrov também sugeriu que os piores antissemitas eram judeus.

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    Os comentários provocaram uma série de condenações de grupos judeus e autoridades israelenses, incluindo o primeiro-ministro Naftali Bennett, que os chamou de “mentiras”. O chefe do Memorial do Holocausto de Israel, Dani Dayan, também condenou as afirmações de Lavrov.

    A polêmica inflamou as relações diplomáticas entre Rússia e Israel, que até então, estava tentando manter uma posição de neutralidade em relação à guerra na Ucrânia.

    Mas à medida que a guerra avança, essa neutralidade pode estar se desgastando: Israel está enviando mais armas defensivas e ajuda para a Ucrânia, e a Rússia, isolada internacionalmente, está cada vez mais se engajando com o Irã, o inimigo de Israel. 

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