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Quem é o soldado por trás do golpe militar em Burkina Faso

Capitão Ibrahim Traoré derrubou Paul-Henri Damiba em 30 de setembro e tornou-se o mais jovem chefe de Estado da África

Por Da Redação 4 out 2022, 17h23

No domingo, 2, o capitão Ibrahim Traoré, autoproclamado líder militar de Burkina Faso, aceitou uma renúncia condicional apresentada pelo presidente Paul-Henri Damiba para evitar mais violência no país. A decisão segue o segundo golpe militar no país desde o começo do ano, que ocorreu na sexta-feira 30. O primeiro deles havia sido realizado em janeiro por uma junta militar comandada por Damiba.

Oficial de baixa patente na antiga colônia francesa no oeste da África, Ibrahim Traoré, de 34 anos, acusou Damiba de não ter cumprido promessas de reprimir insurgências islâmicas que dominam o país desde 2015.

Com a chegada ao poder após o golpe militar, Traoré, nascido em 1988, agora é o mais jovem chefe de Estado de um país africano.

“Sei que sou mais jovem do que a maioria de vocês aqui. Não queríamos o que aconteceu, mas não tivemos escolha”, afirmou o capitão Traoré a funcionários do governo.

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A falta de  instituições democráticas fortes em um país onde os militares são dominantes há muito tempo facilitou a tomada de poder de Traoré, que prometeu melhorar a segurança da nação.

Embora potências globais normalmente interfiram em assuntos internos do país e auxiliem em operações e diálogos para manutenção da paz, boa parte desses países está focada em suas próprias crises internas ou na guerra na Ucrânia.

A própria França, que sempre manteve relações econômicas, militares e culturais com suas antigas colônias na África, preferiu se abster.

“Sei que a França não pode interferir diretamente em nossos assuntos”, disse Traoré. “Os americanos são nossos parceiros agora, [mas] também podemos ter a Rússia como parceira”.

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O comentário sugere que ele pode seguir o exemplo do jovem coronel do Mali, que trouxe o controverso grupo de segurança russo Wagner para substituir tropas francesas na luta contra jihadistas — embora a insurgência tenha piorado desde que Assimi Goïta promoveu o golpe em 2020. 

O próprio Traoré lutou contra os jihadistas no Mali junto a uma força comandada pelas Nações Unidas e ficou conhecido por ter “mostrado bravura” diante de um “ataque complexo” de militantes na região norte de Timbuktu. No entanto, ele não é condecorado general de guerra, apenas um capitão que estudou em uma academia militar local, ingressou no Exército em 2009 e recebeu treinamento de artilharia no Marrocos.

O golpe é o segundo em Burkina Faso em menos de nove meses, um sinal gritante de uma “epidemia de golpes militares” que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou em 2021. 

“Meu apelo, obviamente, é para que – especialmente as grandes potências – se unam pela unidade do Conselho de Segurança, a fim de garantir que haja uma dissuasão efetiva em relação a essa epidemia de golpes de estado”, disse Guterres em discurso.

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