Trinta soldados americanos da força da Otan no Afeganistão (Isaf), sete membros das forças especiais afegãs e um intérprete civil foram mortos na queda de um helicóptero no início deste sábado, anunciou a Isaf em um comunicado.
A Otan não fornece outros detalhes sobre seus soldados mortos e sobre as causas da queda, mas a Presidência afegã havia anunciado inicialmente que 31 membros das forças especiais americanas e sete das forças especiais afegãs tinham morrido na queda do helicóptero, abatido por insurgentes talibãs, segundo uma autoridade militar afegã.
É o evento isolado mais mortal para a coalizão desde o início do conflito afegão, no final de 2001.
“Trinta militares da Isaf, um intérprete civil e sete comandos afegãos morreram quando um (helicóptero militar de transporte) CH-47 Chinook caiu no Afeganistão, de manhã cedo” neste sábado, indica a Isaf em um comunicado.
“Todos os militares da Isaf a bordo eram americanos”, indica a coalizão, acrescentando que “uma investigação está sendo realizada para determinar as causas exatas da queda”.
O helicóptero foi abatido pelos insurgentes talibãs, havia indicado antes à AFP o general Abdul Razeq, chefe do comando regional do Exército afegão.
A aeronave caiu na província de Wardak (centro) depois de ter sido “atingida por um foguete disparado pelos talibãs”, durante uma operação na noite de sexta-feira para sábado, havia afirmado à AFP Sahidullah Shahid, porta-voz das autoridades dessa província, na fronteira com a de Cabul, onde há numerosos talibãs.
Os insurgentes talibãs, procurados pela AFP, confirmaram o ataque ao helicóptero.
Em Bruxelas, o secretário-geral da Otan Anders Fogh Rasmussen manifestou a sua “profunda solidariedade com os povos americano e afegão”, acrescentando que a Aliança está determinada “a manter sua ação”.
O presidente americano Barack Obama saudou “o sacrifício extraordinário” dos militares americanos e de seus colegas afegãos, acrescentando: “vamos continuar (….) a lutar pelos valores que eles representam”.
O secretário de Defesa americano, Leon Panetta, disse que os Estados Unidos vão permanecer no Afeganistão até o fim de sua missão.
“Permaneceremos para completar a missão pela qual eles deram suas vidas, como fizeram todos aqueles que morreram no Afeganistão”, indicou Panetta, em um comunicado.
Já o presidente francês Nicolas Sarkozy assegurou neste sábado a Barack Obama que “a vontade” da França no Afeganistão “não diminuirá”, em uma carta de condolências.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa americana, 20 dos 30 americanos mortos na queda do helicóptero são Navy Seals, membros das forças especiais da Marinha americana da qual uma unidade eliminou Bin Laden em maio.
A rede americana CNN indica que 22 das vítimas são Seals, sendo que “a maioria deles pertence à unidade que realizou o ataque no qual Osama Bin Laden foi morto”.
“Cerca de 20 Seals da unidade antiterrorista Team 6” estão entre as vítimas, indicou, por sua vez, o Washington Post.
Consultado pela AFP, o Pentágono se recusou a fazer qualquer comentário.
“Não foi a equipe OBL” (Ossama Bin Laden), afirmaram à AFP fontes do governo Obama, recusando-se a indicar se os mortos eram da “Team 6”.
Segundo elas, os americanos a bordo do helicóptero eram membros do Exército, ds Marinha e da Aeronáutica.
A “Team 6” (Equipe 6) é a elite dos Seals — siglas de Sea, Air, Land (mar, ar, terra)– e suas missões são consideradas tão sensíveis que sua existência nunca foi confirmada.
No Afeganistão, as missões dos Navy Seals estão frequentemente relacionadas a operações contra líderes insurgentes, efetuadas à noite por helicóptero.
O evento mais mortal do conflito para a coalizão havia ocorrido em 28 de junho de 2005, quando 16 militares americanos morreram na queda de um Chinook, atingido por um foguete disparado pelos talibãs na província de Kunar.