O QG de campanha do candidato à eleição presidencial egípcia Ahmad Shafiq, ex-primeiro-ministro de Hosni Mubarak, foi atacado nesta segunda-feira à noite, constatou uma jornalista da AFP.
Uma garagem na qual estavam guardados cartazes foi incendiada. Shafiq enfrentará o candidato da Irmandade Muçulmana Mohamed Mursi no segundo turno, que será realizado nos dias 16 e 17 de junho.
“Estávamos lá dentro quando nos atacaram. Eles atearam fogo na garagem onde ficava o material eleitoral do general Shafiq”, declarou um membro de sua equipe de campanha, sem se identificar.
Ao menos vinte partidários do candidato, reunidos diante do QG, gritavam “Por nossa alma e nosso sangue, nos sacrificaremos por tu, Shafiq”, acusando adversários políticos do candidato pelo ataque.
Bombeiros indicaram que o incêndio foi rapidamente controlado. Vários cartazes do candidato estavam espalhados pela rua diante do QG de campanha, no bairro de Dokki.
Uma manifestação reuniu cerca de mil pessoas durante a noite desta segunda-feira na Praça Tahrir, no centro da capital egípcia, para protestar contra a presença de Shafiq no segundo turno da eleição.
Shafiq é um ex-comandante do Estado-Maior da Aeronáutica que foi o último chefe de governo de Mubarak.
“O general Shafiq só será presidente quando eu estiver morto”, dizia uma faixa, enquanto os manifestantes pisavam em cartazes e adesivos do candidato, constatou um outro jornalista da AFP.
Durante a noite, manifestantes e indivíduos à paisana se enfrentaram na Praça Tahrir, epicentro da revolta contra o presidente Hosni Mubarak, forçado a se demitir no dia 11 de fevereiro de 2011.
Os adversários de Shafiq, principalmente os movimentos de jóvens que lideraram a revolta contra Mubarak, acusam Shafiq de ser o candidato dos militares que dirigem o Egito desde a renúncia do presidente.
A Comissão Eleitoral confirmou nesta segunda-feira os resultados do primeiro turno das eleições, realizado nos dias 23 e 24 de maio, com Mohamed Morsi obtendo 24,7% dos votos e Shafiq, 23,6%.
Shafiq promete trazer a estabilidade de volta ao Egito, uma questão muito simpática aos egípcios após 15 meses de transição salpicada por violência.