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Putin rejeita exigências de opositores

Por Por Antoine Lambroschini
27 dez 2011, 10h53

O homem forte da Rússia, Vladimir Putin, decidiu nesta terça-feira não aceitar os apelos da oposição para anular os resultados das eleições legislativas do dia 4 de dezembro. Ele afirmou ainda que não precisa “trapacear” para vencer a eleição presidencial de março.

“As eleições da Duma (câmara baixa do Parlamento) estão terminadas. Está fora de questão discussões sobre uma revisão dos resultados das legislativas”, disse, minimizando a importância dos protestos contra o governo.

Diante de seus partidários da Frente Popular, – coligação de partidos, sindicatos e associações pró-Putin – assegurou que não precisa falsificar a eleição presidencial de março para sair vencedor.

“Enquanto candidato, não preciso de nenhuma trapaça. Eu quero que a eleição seja a mais transparente possível. E que fique claro para todo mundo, eu vou me apoiar na expressão da vontade do povo, em sua confiança”, declarou.

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“Precisamos acabar com todas as insinuações”, concluiu o ex-agente da KGB que, após quatro anos como primeiro-ministro, quer voltar em 2012 à presidência russa, cargo ocupado por dois mandatos consecutivos (2000-2008).

As declarações foram uma resposta à manifestação de sábado, que reuniu entre 70.000 e 100.000 pessoas em Moscou, segundo estimativas da imprensa, para exigir eleições livres e a anulação da última vencida pelo partido no poder, Rússia Unida.

Mas Putin minimizou mais uma vez a importância deste movimento, sem precedentes desde sua chegada ao poder em 2000.

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Os opositores “não têm programa unificado, não têm meios claros e compreensíveis para atingir seus objetivos, que também não são claros, e não possuem pessoas capazes de fazer coisas concretas”, afirmou.

“O discurso (da oposição) quer deslegitimar e invalidar tudo o que se passa na esfera pública, incluindo o processo eleitoral, as eleições”, acrescentou Putin.

O atual primeiro-ministro já havia denegrido a imagem de seus opositores, acusando-os de serem bonecos dos ocidentais e os comparando com uma tribo de macacos do Livro da Selva.

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Estas palavras foram proferidas quando um de seus aliados, o ex-ministro das Finanças Alexei Kudrin, que apoia em parte algumas reivindicações dos manifestantes, disse nesta terça-feira ao jornal Vedomosti que o homem forte do país estava pronto para o diálogo.

“Antes de ir para a manifestação (da oposição), quero explicar a (minha) posição quanto a Vladimir Putin. No geral, percebi que um diálogo é possível”, disse.

Durante a manifestação, Kudrin – que deixou o governo no outono depois de um conflito com o presidente Dmitri Medvedev, mas continuou ligado a Putin – pediu “diálogo” entre poder e oposição para evitar uma “revolução”.

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No fim, o blogueiro anti-corrupção, uma das principais figuras da oposição, Alexeï Navalny, disse estar pronto para enfrentar Vladimir Putin, caso o regime adote as reformas para garantir uma eleição democrática.

Ele não pode se apresentar como candidato para a eleição do dia 4 de março, pois de acordo com a legislação atual, o período de registro de candidatura acabou.

“Quando tivermos uma chance verdadeira de participar das eleições, estarei pronto para lutar por uma posição de líder, incluindo a presidência”, declarou à rádio Echo de Moscou.

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Navalny ressaltou que sem as reformas, a eleição de março “não será legítima, independente de seu resultado”.

Ele também afirmou que a mobilização nas ruas é o único meio de obter concessões do regime de Putin.

“Talvez seja uma visão muito elementar, mas se um milhão de pessoas saírem às ruas (…) eles não vão poder fazer nada contra nós. E eles terão que atender nossas demandas”, afirmou Navalny.

Os opositores russos ainda não anunciaram a data da próxima manifestação.

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