Putin prende mais de mil russos que se manifestavam contra a guerra
Protestos que pediam o fim da invasão da Ucrânia foram rapidamente contidos pela força policial em 44 cidades
Em resposta aos ataques da Rússia à Ucrânia, milhares de manifestantes russos tomaram as ruas das principais cidades do país contra a invasão. Aproximadamente 1 300 pessoas foram presas, de acordo com o grupo de direitos humanos OVD Info. Foram relatados protestos em 44 cidades.
Só em Moscou, mais de 600 manifestantes foram detidos. A polícia bloqueou o acesso à Praça Pushkinskaya, no centro da capital, ordenando que pequenos grupos deixassem a área, depois que ativistas chamaram as pessoas para protestarem lá.
Ao redor da praça, centenas de manifestantes gritavam “não à guerra”, carregando bandeiras da Ucrânia.
Vídeos mostram policiais russos usando capacetes e atingindo e empurrando manifestantes para o chão com uso da força.
Em São Petersburgo, policiais de choque cercaram mais de 170 pessoas que foram à Nevsky Prospekt, a principal via da cidade. Em Yekaterinburg, uma grande cidade nos Montes Urais, os ativistas pediam o fim da guerra em frente a um monumento a Lenin.
Figuras públicas e celebridades russas também se manifestaram publicamente contra o ataque. O rapper mais popular da Rússia, Oxxxymiron, pediu a criação de um movimento antiguerra no país.
“Sei que a maioria das pessoas na Rússia é contra esta guerra e estou confiante de que quanto mais pessoas falarem sobre sua verdadeira atitude em relação a ela, mais rápido poderemos parar esse horror”, disse o rapper, em comunicado no Instagram.
O presidente russo, Vladimir Putin, autorizou os ataques militares à Ucrânia na madrugada desta quinta-feira, 24. Até o momento, 57 ucranianos morreram e 169 ficaram feridos.