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Putin não confirma se vai se candidatar novamente à Presidência

O presidente russo falou sobre relações internacionais, questões cotidianas e até coisas pessoais, mas deixou em suspense se vai se candidatar em 2018

Por Da redação
Atualizado em 15 jun 2017, 19h59 - Publicado em 15 jun 2017, 15h44

Há dezessete anos no poder, o presidente russo Vladimir Putin evitou confirmar em sua transmissão anual televisiva se vai se candidatar novamente às eleições presidenciais, em março do ano que vem. Durante quase quatro horas, o chefe do Kremlin respondeu, nesta quinta-feira, a questionamentos sobre os problemas cotidianos dos russos, as relações com os Estados Unidos e até sobre seus netos. A nove meses das eleições presidenciais da Rússia, no entanto, Putin se esquivou de perguntas sobre uma eventual candidatura ao quarto mandato.

Na transmissão cuidadosamente preparada pelo governo, Putin falou vagamente sobre as manifestações por seu principal opositor, Alexei Navalny, que, na última segunda-feira, foram marcadas por mais de 1.700 prisões. “Estou disposto a dialogar com todos que desejarem melhorar a vida das pessoas, solucionar problemas, e não usar as dificuldades existentes para a sua própria comunicação política”.

Apesar da blindagem, a transmissão também teve perguntas e comentários incomumente diretos, que apareciam na tela, enviados por mensagens de texto: “Três mandatos presidenciais, basta!”, “Quando deixarão de violar a Constituição?” ou “Quando darão o poder aos comunistas?” foram alguns deles, não respondidos pelo presidente.

A grande maioria das queixas deste ano girou em torno dos problemas econômicos da população do extenso país, principalmente de fora da capital: salários ínfimos, pouca experiência das autoridades locais e administração ineficaz, desastres ambientais e falta de infraestrutura. “Ajude-nos, Vladimir Vladimirovitch! Queremos viver, não sobreviver”, reclamou uma jovem da região de Murmansk (norte), doente de câncer, diante de um hospital cuja construção nunca foi concluída.

Vários anos de crise econômica, agravada pela queda dos preços do petróleo e as sanções ocidentais relacionadas ao conflito da Ucrânia, reduziram o poder aquisitivo e a renda da população.

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“A recessão terminou”, insistiu Putin, reconhecendo, no entanto, que o número de pessoas vivendo abaixo do limite da pobreza aumentou de forma “preocupante” no país. No ano passado, 20 milhões de russos viviam abaixo do limite da pobreza, mais de 3,5 milhões do que em 2014.

Além disso, o presidente russo citou pela primeira vez seus netos em público, e disse desejar que eles vivam “com normalidade”.

Asilo para Comey

As reivindicações dos cidadãos foram feitas um dia após o Senado americano aprovar novas sanções contra a Rússia, uma decisão que Putin criticou e que é uma amostra, segundo ele, da “política de contenção” de Washington em relação a Moscou. “Todas as vezes em que nossos sócios no mundo sentiram que a Rússia era um concorrente importante, adotaram restrições, com diferentes pretextos”, analisou.

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Putin, no entanto, solicitou aos Estados Unidos que coopere com a Rússia nos principais temas internacionais, assinalando que o país “não é nosso inimigo”.

Ao ser perguntado sobre o ex-diretor do FBI James Comey, que Donald Trump demitiu em meio a um escândalo sobre a suposta interferência do Kremlin na campanha para as eleições presidenciais americanas, Putin respondeu brincando, e comparou Comey a Edward Snowden, refugiado na Rússia após suas revelações sobre a vigilância da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana.

“Se forem abertos processos judiciais contra ele, estamos dispostos a lhe oferecer asilo político na Rússia”, disse, classificando o depoimento de Comey ao Senado americano de “estranho”.

(com AFP)

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