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Putin insiste que eleiçõe russas foram justas e ironiza oposição

Por Por Olga NEDBAEVA
15 dez 2011, 12h45

O primeiro-ministro russo Vladimir Putin descartou nesta quinta-feira qualquer questionamento sobre a vitória de seu partido nas eleições legislativas, ironizou a oposição e assegurou que vai sustentar o país frente à crise e as ameaças de desestabilização estrangeira, três meses antes das eleições presidenciais.

Em um debate televisionado em rede nacional, cinco dias após uma mobilização sem precedentes da oposição – que reuniu milhares de pessoas em Moscou -, Putin foi questionado sobre os resultados das eleições do dia 4 de dezembro.

“A oposição sempre vai dizer que as eleições não são honestas; este é o caso aqui e em todos os países”, declarou o primeiro-ministro.

“Em minha opinião, o resultado destas eleições reflete o estado inegável de poder no país”, acrescentou, enquanto a oposição exige a invalidação dos resultados.

“O fato de as pessoas se expressarem sobre o que está acontecendo no país é uma coisa absolutamente normal, enquanto permanecer dentro da lei”, prosseguiu Putin, que ressaltou ter visto nas imagens das manifestações muitos jovens “ativos, que formulam claramente sua posição”.

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“Fico feliz quando o resultado é do regime Putin”, declarou, fazendo referência à expressão usada pela oposição para denunciar o poder que considera antidemocrático.

Entretanto, poucos minutos depois, denunciou mais uma vez as tentativas do que chamou de desestabilização chocantes vindas do exterior contra a Rússia. Putin afirmou ainda que alguns manifestantes da oposição receberam dinheiro para manifestar no dia 10 de dezembro.

“Francamente, quando vi na tela o que alguns tinham no peito, talvez não seja muito correto, mas pensei que era uma propaganda da luta contra a AIDS, que eram, digamos, contraceptivos”, comentou, ironizando a fita branca que se tornou símbolo dos protestos.

Ele disse acreditar que o verdadeiro objetivo da mobilização da oposição, cujo um dos principais slogans é “Rússia sem Putin!”, é a eleição presidencial de março, quando tentará retornar ao Kremlin, após ter sido presidente de 2000-2008 e depois chefe de governo.

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Considerando que a contestação visava “privar da legitimidade o poder no país”, ele disse que ordenou a instalação em todos os colégios eleitorais de web-câmeras com imagens disponíveis através da Internet.

Mas, quando foi questionado sobre sua opinião quanto à missão do próximo presidente russo, denunciou “os aventureiros que tentam chegar do exterior até nós para influenciar nossa política interna”.

“Temos de pôr fim a tudo isso, totalmente”, disse Putin.

“Nós passamos por uma grave crise. É claro que isso afetou as pessoas de uma forma negativa, que o padrão de vida caiu, muitos perderam seus empregos. E é por isso que eles são facilmente recrutáveis pela oposição”, acrescentou.

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“Mas, é suficiente afrouxar um pouco para muitas pessoas entenderem o que são as reais dificuldades, quando não puderem sair para a rua e tiverem que lutar contra os terroristas”, disse Putin.

Ele também ressaltou seu balanço econômico, com “indicadores melhores e mais precisos” do que os dos países europeus, nos advertiu contra o risco de impacto da crise global sobre a Rússia.

“Eu não diria que tudo está definido e estável”, ressaltou o ex-agente da KGB, que continua a ser o homem forte do país, mesmo hoje com a presidência de Dmitri Medvedev.

No final, fez um apelo aos eleitores russos para votarem na eleição presidencial do dia 4 de março.

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“Vocês serão os únicos a decidir quem se ocupará da política estrangeira da Rússia, quem irá representar vocês no cenário internacional, quem vai garantir a segurança interna e externa, resolverá os problemas sociais e os problemas econômicos”, afirmou.

“Eu falo para quem irá votar, e isso me inclui”, acrescentou Putin.

Por fim, Putin comentou que as forças especiais americanas tiveram envolvimento na morte do ex-ditador líbio Muamar Kadhafi, que foi executado depois de ter sido capturado pelos rebeldes.

“Drones, principalmente americanos, atacaram o comboio. Depois, com seus rádios, por meio das forças especiais que não tinham nada o que fazer ali, chamaram a pseudo-oposição e os combatentes que o eliminaram sem julgamento e sem investigação”, declarou.

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Moscou criticou duramente as operações militares que a Otan executou na Líbia, que chamou de “cruzada”.

O Pentágono reagiu imediatamente considerando “ridículo” acusar os Estados Unidos de terem envolvimento na morte de Kadhafi.

“A afirmação de que as forças especiais dos Estados Unidos tiveram envolvimento na morte do coronel Kadhafi é ridícula”, declarou à AFP o capitão John Kirby, porta-voz do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta.

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