Moscou, 15 dez (EFE).- O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, envolveu nesta quinta-feira os Estados Unidos e outros países na morte do ditador líbio Muammar Kadafi, ocorrida em outubro.
‘Os aviões não tripulados, inclusive os dos EUA, atacaram o comboio de Kadafi. Depois, por rádio, através das forças especiais que não deviam estar ali, chamaram os conhecidos por opositores e guerrilheiros’, afirmou Putin ao responder uma pergunta ao vivo na televisão.
Putin, que considerou como ‘cruzada’ a resolução do Conselho de Segurança da ONU que abriu o caminho para a intervenção ocidental no país árabe, acrescentou que graças a essa ajuda ocidental ‘eliminaram Kadafi sem julgamento e investigação’.
O primeiro-ministro questionou o caráter democrático dos princípios decretados pelo Ocidente em resposta às críticas pela falta de liberdade na Rússia.
‘Eles exibiram imagens do assassinato de Kadafi ao mundo inteiro. Isso é democracia?’, destacou Putin, que ressaltou que o povo líbio teria de ter tido a oportunidade de decidir o destino de seu líder por via democrática.
Putin afirmou em ocasião anterior que as imagens da morte do ditador líbio causaram ‘repugnância’ e criticou a imprensa ocidental pela falta de moralidade.
A Rússia opinou que Kadafi teria de ter sido preso e que sua morte pelos rebeldes foi uma violação do direito internacional. EFE