O presidente da Rússia, Vladimir Putin, lançou nesta quinta-feira uma ameaça aos países vizinhos que pretendem abrigar o sistema antimísseis americanos em seus territórios. “Nosso Estado-Maior militar considera que esse sistema ameaça nossa segurança nacional. Caso apareça (nas proximidades das fronteiras russas), seremos obrigados a tomar as medidas adequadas e a apontar nossos mísseis às instalações que nos ameaçam”, disse Putin, em entrevista coletiva no Kremlin, segundo a agência de notícias EFE.
O próprioi Putin nomeou as nações sob ameaça. São elas a República Tcheca, que pode receber um radar, e Polônia, que receberia uma base de foguetes interceptores americanos. Além disso, a Ucrânia também é alvo de Putin, já que o país reivindica a entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar formada principalmente por EUA e nações da Europa Ocidental.
Paz e democracia – Apesar da ameaça, Putin disse que que seu país não pretende “apontar seus mísseis sem necessidade extrema”. Ele criticou ainda os chefes-de-estado dessas nações por supostamente aceitarem os equipamentos americanos sem realizar consulta à população. “Alguém perguntou aos tchecos e aos poloneses se querem esses sistemas? Que eu saiba, para a imensa maioria dos cidadãos tchecos esses planos não lhes oferecem nenhuma esperança”, disse.
O presidente russo acusou ainda os EUA de planejar a instalação do escudo antimísseis no Leste Europeu sem sequer consultou a Otan. Ainda segundo sua versão, os americanos só iniciaram as negociações com a Aliança depois de a Rússia se opor ao projeto.
Sucessão – A entrevista coletiva de Putin, à qual se credenciaram 1.364 jornalistas russos e estrangeiros, foi transmitida ao vivo pela TV local. Foi a a última grande coletiva de Putin este ano, que deixará o Kremlin depois das eleições presidenciais do próximo dia 2 de março.