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Putin admite irregularidades nas eleições depois de protestos contra fraudes

Por Da Redação
6 mar 2012, 15h03

Moscou, 6 mar (EFE).- Vladimir Putin, vencedor das eleições presidenciais russas de domingo, reconheceu nesta terça-feira que durante a votação houve irregularidades, afirmações feitas após os grandes protestos de segunda-feira à noite em Moscou contra a fraude eleitoral.

‘Certamente, irregularidades ocorreram. É preciso denunciá-las e investigá-las, para que tudo fique esclarecido’, afirmou Putin, quem defendeu a lisura de sua vitória.

Putin, vencedor das presidenciais no primeiro turno com 63,60% dos votos, demonstrou sua convicção de que as irregularidades serão investigadas pelas instâncias correspondentes.

‘Confio na máxima supervisão e controle da situação para que não haja falhas’, declarou Putin, premiê em fim de mandato da Rússia, durante reunião com observadores eleitorais.

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Ele criticou a postura de alguns opositores, como a do líder comunista e segundo candidato mais votado, Gennady Zyuganov, quem não reconheceu sua vitória eleitoral.

Na mesma linha, o secretário da Comissão Eleitoral Central (CEC), Nikolai Konkin, garantiu nesta terça-feira à Agência Efe que não espera mais do que cem denúncias de infrações cometidas durante o pleito.

Konkin negou categoricamente que o procedimento de votação fora do domicílio eleitoral tenha sido aproveitado para propiciar as falsificações.

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‘Neste pleito votaram 300 mil pessoas menos do que o total de eleitores que receberam cédulas de votação (fora do lugar de residência habitual). Se tivessem votado várias vezes, dificilmente o número seria inferior’, indicou.

As declarações ocorrem após o grande protesto de segunda-feira à noite no centro de Moscou, quando manifestantes exigiam a repetição do pleito parlamentar de dezembro e das eleições presidenciais de domingo.

Mais de 20 mil pessoas atenderam ao chamado dos líderes opositores, mas a manifestação que tinha recebido a autorização oficial terminou com a dispersão violenta dos presentes por soldados das tropas de choque e centenas de detidos.

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Os incidentes ocorreram quando os manifestantes se negaram a deixar a Praça Pushkin, supostamente com a intenção de acampar por tempo indeterminado para exigir a repetição do pleito, ao estilo da Revolução Laranja ucraniana de 2004.

‘Já vemos como o regime de Putin trata seus opositores. O protesto era pacífico’, declarou nesta terça-feira à agência Efe Gary Kasparov, opositor e campeão mundial de xadrez.

Kasparov disse não entender a reação das tropas de choque diante da ‘decisão de alguns opositores de ficar na Praça Pushkin ao fim do comício’.

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‘A praça não é um lugar restrito. Por lei não é proibido ficar e também não violaram a lei nem alteraram a ordem pública’, destacou.

Entre os detidos figuram o popular blogueiro Alexey Navalny; o líder da Frente de Esquerda, Sergei Udaltsov, e o dirigente da organização opositora Solidarnost Ilya Yashin.

Conforme seus advogados, quase todos os detidos foram libertados nesta terça-feira e podem ser condenados a 15 dias de detenção administrativa.

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Kasparov denunciou que soldados das unidades de luta contra o terrorismo participaram da dispersão dos manifestantes.

‘Como é possível utilizar soldados antiterroristas contra manifestantes pacíficos? Ao vencer as eleições, Putin acredita que deve mostrar toda sua força’, assinalou.

Apesar dos reveses, ele se mostrou otimista em relação ao futuro do movimento opositor, que deve celebrar novo protesto autorizado em 10 de fevereiro.

‘Há muitas pessoas descontentes que querem exigir o cumprimento de nossas reivindicações: a repetição das eleições parlamentares e presidenciais após a introdução de mudanças na legislação eleitoral e uma profunda reforma política’, apontou.

O Comitê de Instrução da Rússia adiantou nesta terça-feira que abrirá processo penal se ficar comprovado que líderes da oposição incitaram os manifestantes contra as tropas de choque, o que está previsto no artigo 212 do Código Penal.

A esse respeito, Udaltsov classificou de ‘infundadas’ as acusações: ‘não houve nenhum chamado a infringir a lei. Sempre dissemos e continuaremos dizendo que nossos protestos são pacíficos’. EFE

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