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Protestos na Rússia terminam com 1.500 pessoas presas

Manifestações contra o governo de Vladimir Putin foram convocadas pelo líder da oposição, Alexei Navalni, que também foi preso

Por Da redação
12 jun 2017, 21h55

Mais de 1.500 pessoas foram detidas nesta segunda-feira na Rússia em protestos contra a corrupção no governo convocados pelo líder da oposição Alexei Navalni. Apesar de não haver números oficiais sobre as detenções, segundo o portal de notícias OVD Info, apenas em Moscou foram presas 750 pessoas, e em São Petersburgo, 900.

Navalni, que pretende concorrer às eleições presidenciais em 2018, convocou manifestações em mais de 200 cidades de todo o país contra a corrupção nas altas esferas do poder, mas foi preso em frente a sua residência, na manhã desta segunda-feira, horas antes dos protestos.

Em Moscou, Navalni havia conseguido a autorização da Câmara municipal para realizar uma passeata de protesto, com concentração na avenida Sakharov, no nordeste da cidade, mas na noite do domingo, menos de 24 horas antes da realização, mudou o lugar e pediu a seus apoiadores que fossem à rua Tverskaya, no coração de Moscou. Segundo o jornal The Guardian, o ativista afirmou que a mudança aconteceu em resposta à proibição do uso de equipamentos de som durante o protesto.

As autoridades consideraram a mudança como uma provocação, e o Ministério Público alertou que as pessoas poderiam comparecer ao local para “passear” juntos com as milhares de pessoas que comemoravam hoje o Dia da Rússia, mas “sem levantar cartazes nem gritar palavras de ordem”. Porém, milhares de pessoas, em sua maioria jovens, atenderam ao chamado de Navalni e se somaram ao protesto, cantando músicas contra o presidente do país, Vladimir Putin.

“Rússia sem Putin” e “Putin ladrão” foram alguns das expressões de ordem mais gritadas pelos participantes, que também exibiram cartazes com inscrições como “A corrupção está roubando nos futuro”.

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Centenas de policiais entraram em ação para reprimir a manifestação não autorizada e começaram a realizar prisões, em muitos casos com uso de força e de maneira indiscriminada. Entre os detidos estavam vários correligionários de Navalni, inúmeros jovens e até um jornalista da Agência Efe em Moscou que cobria a manifestação. Ignacio Ortega foi colocado em um camburão policial com dezenas de pessoas e levado a uma delegacia, onde após ser identificado foi posto em liberdade.

Vladimir Chernikov, chefe do departamento de polícia de Moscou, que tinha alertado contra qualquer tentativa de alterar a lei e a ordem, afirmou após as prisões em massa que a situação ficou “sob controle”.

Ainda de acordo com ele, o ato foi “100% uma provocação” e que havia apenas 5 mil manifestantes pró-Navalni, em meio a centenas de milhares de moscovitas que participaram, no mesmo local, do festival popular organizado pelo Dia da Rússia.

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Já em São Petersburgo, no Campo de Marte, cerca de mil pessoas foram detidas por participarem de outro protesto não autorizado com o tema “Queremos respostas”.

Em outras cidades russas houve manifestações convocadas por Navalni que terminaram sem incidentes, embora em alguns casos com detenções. Os organizadores queriam que a jornada de protestos de hoje tivesse a mesma magnitude dos de 26 de março, quando aconteceram as maiores manifestações desde o retorno de Putin ao Kremlin, em 2012, e que tinham como alvo o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, a quem Navalni acusa de enriquecer ilicitamente com o cargo.

Segundo seus assessores, o líder opositor tem intenção de prosseguir sua campanha às eleições presidenciais de 2018, apesar de ter sido privado do direito de apresentar sua candidatura após ser condenado por fraude.

Analistas políticos russos consideram que Navalni é o único candidato que poderia representar alguma ameaça nas urnas a Putin, que previsivelmente tentará a reeleição.

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(com EFE)

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