Cairo, 5 jan (EFE).- A Promotoria pediu nesta quinta-feira a pena de morte na forca para o ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, por seu envolvimento na morte de manifestantes nos protestos que culminaram em sua renúncia.
O pedido da pena de morte formulada pelo Ministério Público inclui também o ex-ministro do Interior Habib al Adli e seis de seus ajudantes, informou à Agência Efe um dos advogados da acusação, Ashraf Atwa.
Durante a sessão desta quinta-feira do julgamento, a Promotoria confirmou a responsabilidade direta de Mubarak e al Adli na morte dos manifestantes durante os incidentes ocorridos durante a Revolução de 25 de Janeiro.
O Ministério Público disse que Mubarak, como presidente durante os protestos, é responsável segundo a Constituição e a lei, já que tinha os maiores poderes e recebia relatórios, por isso que é impossível que não conhecesse os ataques e assassinatos de manifestantes.
Segundo Atwa, a Promotoria pediu que seja aplicada ‘a máxima pena aos acusados pelo crime de assassinato premeditado, cujo castigo é a morte’.
O procurador-geral, Mustafa Suleiman, denunciou que Mubarack não fez uso de suas prerrogativas e não forçou a demissão de al Adli porque tinha interesse em reprimir as manifestações.
Durante a audiência, Suleiman também disse que os agentes que cometeram crimes contra manifestantes em 12 províncias tinham instruções dos chefes da Polícia, e não podiam tomar decisões individuais sem comunicar a seus superiores.
Mubarak, de 83 anos, é julgado também por um suposto delito de corrupção, compartilhado com seus filhos, Gamal e Alaa.
Há dois dias, a corte decidiu concluir a fase probatória do processo e começar a escutar as alegações da acusação e da defesa como último passo antes de ditar sentença.
A sessão desta quinta-feira era a última que a Promotoria teria para apresentar suas acusações e a próxima audiência será realizada em 9 e 10 de janeiro. EFE