Promotoria norueguesa divulgará nesta quarta-feira a acusação contra Breivik

Copenhague, 6 mar (EFE).- A Promotoria norueguesa tornará público na quarta-feira o documento de acusação formal contra o ultradireitista Anders Behring Breivik, autor confesso dos atentados do dia 22 de julho na Noruega, nos quais morreram 77 pessoas.
Policiais se transferirão duas horas antes à prisão de Ila, ao oeste de Oslo, para informar primeiro ao próprio Breivik das acusações que deverá enfrentar.
A expectativa é de que a Promotoria apresente acusações por violação das leis antiterroristas, por Breivik ter cometido um ato de terror em forma de assassinato com o objetivo de alterar as funções básicas da sociedade, além de provocar o pânico na população.
Os promotores encarregados do caso enviaram na semana passada o documento provisório ao promotor-geral do Estado, Tor-Aksel Busch, que devolveu a acusação na sexta-feira com algumas observações.
Busch afirmou há poucos dias em comunicado que a Promotoria, como era previsível, não pedirá inicialmente pena de prisão para Breivik, mas seu ingresso em um hospital psiquiátrico, em consonância com as conclusões do primeiro relatório sobre seu estado mental, que concluiu que ele padece de esquizofrenia paranoide.
A corte de Oslo ordenou no dia 13 de janeiro que fosse feito um novo exame em Breivik, após as críticas contra o relatório inicial, o que abre a possibilidade de que a Promotoria mude sua estratégia, como já advertiu o promotor-geral.
‘A Promotoria expressa reservas de que durante o julgamento possa ser pedida uma pena de prisão ou de custódia de 21 anos baseada nas provas apresentadas, algo para o qual o acusado e a defesa devem estar preparados’, disse Busch.
Breivik, de 33 anos, foi levado na semana passada a uma sala especial dentro do complexo penal de Ila, no qual está há sete meses em prisão preventiva, para ser submetido a uma observação psiquiátrica forçada durante até quatro semanas.
O fundamentalista cristão explodiu no dia 22 de julho um carro-bomba no complexo governamental de Oslo, onde morreram oito pessoas, e imediatamente depois se transferiu à ilha de Utoeya, a 45 quilômetros da capital, onde disparou de forma indiscriminada e matou outras 69.
A maior parte das vítimas de Utoeya participava do acampamento das Juventudes Trabalhistas. EFE