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Promotor argentino acusa Irã de infiltração terrorista na América do Sul

Responsável pela investigação de ataque contra centro judaico em Buenos Aires afirma que bases de espionagem foram instaladas em vários países do continente, inclusive no Brasil

Por Da Redação
29 Maio 2013, 23h55

No momento em que entra em vigor o acordo firmado entre Argentina e Irã para investigar um atentado contra o centro da comunidade judaica Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), o promotor público que investiga o ataque realizado em 1994 acusa Teerã de se infiltrar em países sul-americanos para perpetrar atividades terroristas. No parecer enviado a um juiz federal, Alberto Nisman afirma que o governo iraniano armou uma rede terrorista na região, bases de espionagem destinadas a “cometer, fomentar e patrocinar atentados”.

Uma cópia do relatório será enviada aos Poderes Judiciários de Brasil, Paraguai, Chile, Colômbia, Guiana, Suriname e Trinidad e Tobago, países onde “existem fortes e concordantes indícios de que essa infiltração e instalação de estações de inteligência se realizaram”, afirmou Nisman, em entrevista coletiva. “Avisamos que detectamos a possibilidade de que isso [atentados] aconteça nesses países, mas são esses países que têm de decidir como proceder”.

O documento também reforça a acusação de envolvimento do Irã no atentado contra a sede da Amia, que deixou 85 mortos e mais de 300 feridos. E pede à Interpol que potencialize as medidas necessárias para conseguir prender todos os acusados contra os quais existem pedidos de captura. O promotor aponta o ex-adido cultural iraniano na Argentina, Moshen Rabbani, como “coordenador da penetração da inteligência persa na região”, informou a imprensa argentina. Para as entidades judaicas argentinas, o parecer do promotor endossa as críticas ao acordo firmado pelo governo de Cristina Kirchner com o Irã.

O pacto assinado pelos dois países prevê a criação de uma “comissão da verdade” conjunta, formada por juristas “independentes”, que ficará responsável por revisar as atuações judiciais em relação ao atentado e recomendar um plano de ação para seu esclarecimento.

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A justiça de Buenos Aires exige desde 2006 a extradição de oito iranianos pelo atentado, entre eles o ministro da Defesa, Ahmad Vahidi, o ex-presidente Ali Rafsanjani (1989-1997) e o ex-chanceler Ali Akbar Velayati – que é candidato à Presidência no Irã. O governo iraniano nega qualquer participação no atentado e rejeita as acusações de terrorismo contra os oito cidadãos cuja extradição é requerida, negando-se a cumprir as ordens de captura emitidas pela Interpol. O país também negou que Vahidi seria interrogado pela Justiça argentina como parte do acordo.

O acordo foi aprovado rapidamente pelo Congresso argentino, com o apoio da maioria oficialista. No Irã, a demora do Parlamento em votar o memorando levou o presidente Mahmoud Ahmadinejad a passar por cima do Legislativo e recorreu a uma brecha no documento para oficializar o acordo. O anúncio da aceitação foi feito pela representação diplomática do Irã em Buenos Aires.

(Com agência France-Presse)

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