Procuradoria expõe erros de Mubarak em nova audiência
Ex-ditador é acusado de ordenar assassinato de manifestantes durante revolta
A Procuradoria egípcia expôs nesta terça-feira os erros cometidos pelo regime do ex-ditador Hosni Mubarak que agravaram a situação no país e culminaram na Revolução de 25 de janeiro, dentro de uma nova audiência do processo contra ele. Na quinta-feira, a audiência de Mubarak foi suspensa em meio a rumores de absolvição.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, egípcios iniciaram, em janeiro, sua série de protestos exigindo a saída do então presidente Hosni Mubarak.
- • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em choques com as forças de segurança de Mubarak que, junto a seus filhos, é acusado de abuso de poder e de premeditar essas mortes.
- • Após 18 dias de levante popular, em 11 de fevereiro, o ditador cede à pressão e renuncia ao cargo, deixando Cairo.
- • No lugar dele, assumiu a Junta Militar que segue governando o Egito até o fim do processo eleitoral.
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Um dos advogados da acusação, Ashraf Atwa, disse que o procurador-geral, Mustafa Suleiman, lembrou principalmente “a piora da situação social, política e econômica no país, a tentativa de Mubarak de passar o poder a seu filho Gamal e o uso por parte do Ministério do Interior da força excessiva contra os manifestantes”.
Segundo a mesma fonte, as alegações da procuradoria, que continuarão na quarta e na quinta-feira, estão divididas em duas partes: uma para as acusações relacionadas com o assassinato de manifestantes e outra para os casos de corrupção cometidos pelo antigo regime.
Acusações – Mubarak, de 83 anos, está sendo processado com seu ex-ministro do Interior Habib al Adli e seis de seus ajudantes por envolvimento na morte de centenas de manifestantes que saíram às ruas do Egito desde o dia 25 de janeiro para pedir a saída do ditador, que finalmente renunciou no dia 11 de fevereiro. Além disso, Mubarak é julgado por corrupção com seus filhos, Gamal e Alaa. Todos os acusados estiveram presentes no julgamento.
Nesta terça-feira, a corte decidiu concluir a fase probatória do processo e escutar as alegações da acusação e da defesa como último passo antes de ditar sentença. O julgamento estava suspenso desde o dia 30 de outubro por uma reivindicação dos advogados da acusação, que pretendiam recusar os juízes encarregados do caso. No entanto, a recusa foi rejeitada e o processo contra Mubarak foi retomado no dia 28 de dezembro.
Tunísia – Outro ex-ditador da Primavera Árabe que está sendo julgado nesta terça-feira é o tunisiano Zine el Abidine Ben Ali, apesar de sua ausência no tribunal, já que ele saiu do país. Ele também é julgado pela morte de manifestantes durante a rebelião contra seu regime em janeiro de 2011.
(Com agência EFE)