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Procuradoria argentina pede 4 anos de prisão para Menem

Ex-presidente Carlos Menem é acusado de acobertamento durante investigação do atentado contra o centro judaico-argentino AMIA, em 1994

Por Da redação
Atualizado em 22 dez 2017, 10h01 - Publicado em 22 dez 2017, 09h56

A Procuradoria da Argentina pediu nesta quinta-feira uma pena de quatro anos de prisão para o ex-presidente Carlos Menem. Ele é acusado de acobertamento durante a investigação do atentado contra o centro judaico-argentino AMIA em 1994.

Entre as alegações contra ele está a de abandono deliberado da investigação sobre o cidadão de origem síria Alberto Kanoore Edul, que tinha vínculos com a família do ex-presidente. “Acreditamos que a família presidencial (de Menem) fazia favores à família Kanoore Edul”, afirmou um dos integrantes da promotoria, Miguel Yivoff.

Menem também foi acusado de “abuso de autoridade e violação dos deveres de funcionário público e encobrimento”. Além dos quatro anos de prisão, os promotores também pediram a impossibilidade de o político ocupar cargos públicos por oito anos.

Menem governou a Argentina entre 1989 e 1999, mas ainda tem foro privilegiado por ocupar cargo de senador. O ex-presidente de 87 anos entrou na sala de audiências perto do final para escutar o pedido de condenação. Estava encurvado, com passos lentos, mas com o olhar firme.

Os procuradores também pediram pena de 13 anos de prisão para o ex-juiz Juan José Galeano, responsável pela primeira etapa do processo. A Justiça investiga os crimes de “acobertamento, peculato e privação ilegítima da liberdade” em um julgamento iniciado em 2015 para elucidar as manobras de desvio da investigação.

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As outras principais figuras do julgamento eram o ex-chefe dos serviços de Inteligência Hugo Anzorreguy e o ex-líder da associação judaico-argentina Rubén Beraja, para quem a procuradoria pediu respectivamente 6 e 1 ano de prisão. O veredicto sobre o caso será provavelmente proferido em março de 2018.

O atentado foi cometido em 18 de julho de 1994. Uma explosão derrubou o prédio que sediava a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em uma zona comercial do centro de Buenos Aires, deixando 85 mortos e 300 feridos.

O ataque não foi reivindicado e a Justiça não estabeleceu quem o cometeu, mas a Argentina acusou formalmente o Irã de prepará-lo e executá-lo. Israel também acusa os iranianos.

Durante o julgamento, Menem se negou a dar “detalhes” sob o argumento de que suas revelações “poderiam prejudicar os interesses da Nação e causar o rompimento da convivência pacífica” com outros países. Já Galeano disse ser inocente e que “sempre buscou a verdade” para encontrar os culpados pelo atendado.

Na investigação ficou provado que Galeano e Anzorreguy ofereceram 400.000 dólares ao vendedor de carros Carlos Telleldín para que acusasse quatro policiais pelo ataque. O pagamento do suborno a Telleldín, apontado como o vendedor da caminhonete utilizada como carro-bomba no atentado, foi gravado por uma câmera e os policiais acabaram absolvidos.

Outro processo por encobrimento e “traição à pátria” corre na Justiça argentina envolvendo a ex-presidente Cristina Kirchner e seu chanceler Héctor Timerman, no qual a ex-mandatária é acusada de aprovar no Parlamento um memorando com o Irã para encobrir o caso.

(Com AFP e EFE)

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