Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Procurador-geral do Peru volta atrás e mantém promotores no caso Odebrecht

Funcionários foram afastados em ação que levantou dúvidas sobre independência das investigações da Lava Jato no país

Por Da Redação
Atualizado em 2 jan 2019, 18h51 - Publicado em 2 jan 2019, 18h40

O procurador-geral do Peru, Pedro Chávarry, voltou atrás em sua polêmica decisão e invalidou nesta quarta-feira, 2, a destituição dos promotores Rafael Vela e José Domingo Pérez, principais membros da equipe especial que investiga o escândalo de corrupção envolvendo a construtora Odebrecht no país.

A nova resolução de Chávarry foi anunciada enquanto o presidente do Peru, Martín Vizcarra, chegava ao Congresso para apresentar um projeto de lei para uma intervenção no Ministério Público e anulação do afastamento dos dois promotores.

O procurador-geral destituiu ambos quando se preparavam para assinar um acordo de leniência com a Odebrecht que aparentemente agilizaria as investigações, com interrogatórios já programados sobre os grandes casos de corrupção no país.

Chávarry afirmou que tomou a medida hoje “em consideração à transcendência e à importância das investigações vinculadas com crimes de corrupção de funcionários públicos e pessoas ligadas a eles, nos quais teria incorrido a empresa Odebrecht”.

O procurador-geral acrescentou que considera que devem ser “transparentes as ações tomadas pela equipe especial de promotores”.

Continua após a publicidade

Chávarry destituiu os promotores em 31 de dezembro, a quatro horas da virada de ano, o que levou Vela e Pérez a acusá-lo de servir aos interesses da organização criminosa que eles investigam.

Os dois apresentaram hoje uma impugnação da resolução que os afastava para que fosse revisada pela comissão de procuradores supremos, composta por cinco integrantes, um deles o próprio Chávarry.

Vela afirmou ontem que o principal motivo da decisão de Chávarry é frustrar o acordo de leniência fechado com a Odebrecht, marcado para ser assinado em 11 de janeiro.

Continua após a publicidade

Além do ex-presidente Alan García e de Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori e líder da oposição ao atual governo, as investigações do escândalo de corrupção envolvendo a Odebrecht no Peru também tem como alvo os ex-presidentes Alejandro Toledo, Ollanta Humala e Pedro Pablo Kuczynski.

Até agora, a Odebrecht reconheceu ter pagado milhões de dólares em propinas no Peru entre 2005 e 2014, além de doações em dinheiro aos principais líderes políticos do país, para financiar suas campanhas eleitorais à Presidência, em troca de facilitação na concessão de obras públicas.

Mais cedo nesta quarta, a força-tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná havia repudiado a destituição dos promotores.

Em nota, o órgão afirmou que a medida se tratava de “um perigoso precedente latino-americano para o trabalho independente e imparcial de promotores na região e no mundo”.

Continua após a publicidade

(Com EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.