Procurador-geral do Egito renuncia em meio a protestos
Desde que Mursi fez a troca, agentes judiciários protestavam contra nomeação

O procurador-geral egípcio, Talaat Ibrahim, cuja nomeação foi feita há menos de um mês pelo presidente Mohamed Mursi, apresentou sua renúncia nesta segunda-feira. O motivo da demissão seria a “grande pressão” por parte dos opositores. A demissão de Ibrahim será apresentada ao Conselho Superior de Justiça no próximo domingo.
Desde o último 22 de novembro, agentes judiciários do país protestavam contra a nomeação de Ibrahim. Eles denunciavam que o fato de Mursi ter afastado o procurador anterior, Abdel Maguid Mahmoud, era um “assalto à independência do sistema judicial”. Mahmoud esteve em exercício por muitos anos durante o governo de Hosni Mubarak, derrubado no ano passado.
A troca de procuradores por Mursi acompanhava medidas que ampliavam seus poderes, com a justificativa de “proteger a revolução”. A demissão de Mahmoud seria uma tentativa de acalmar os protestos que pediam um novo julgamento de oficiais acusados de estarem envolvidos nos confrontos contra manifestantes na revolta do ano passado.
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Referendo – A Frente de Salvação Nacional (FSN), que reúne a maior parte da oposição não islamita do Egito, convocou para terça-feira manifestações contra as irregularidades do primeiro turno do referendo sobre a Constituição egípcia, depois que os islamitas apontaram uma vitória do “sim” na primeira etapa votação, realizada em dez áreas do país, incluindo a capital, Cairo.
A Comissão Eleitoral disse que não divulgará resultados oficiais até a segunda etapa de votação, prevista para dia 22, que será aberta a eleitores de 17 regiões do país. Mas a FSN solicitou à comissão que estude o pedido de várias ONGs para repetir a primeira etapa. Os opositores também pedem uma investigação das 4.000 denúncias apresentadas pelos cidadãos e punição aos responsáveis.