Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Pró-Europa, Klaus Iohannis é reeleito presidente da Romênia

Com 95% das urnas apuradas, Klaus Iohannis é declarado vencedor com 63% dos votos no segundo turno

Por AFP Atualizado em 25 nov 2019, 03h56 - Publicado em 25 nov 2019, 01h22

O liberal Klaus Iohannis conquistou neste domingo o segundo mandato como presidente da Romênia, uma vitória que confirma a tendência pró-europeia do país.

Segundo resultados da apuração de 95% dos colégios eleitorais, o chefe de Estado teria recebido pouco mais de 63% dos votos, enquanto os social-democratas registraram o pior resultado desde a queda do regime comunista, há 30 anos.

A ex-primeira-ministra Viorica Dancila, dirigente do Partido Social-Democrata (PSD), teria obtido cerca de 37% dos votos segundo os resultados, que não levam em conta os votos dos cidadãos que vivem no exterior.

Viorica, 55, dirigiu o governo por quase dois anos, até ser retirada do cargo pelo Parlamento, em outubro.

O PSD, um partido de esquerda com perfil eurocético e que domina a política romena desde 1990, pagou, assim, por sua crescente impopularidade ligada, acima de tudo, às suas tentativas de enfraquecer a justiça na luta contra a corrupção e os escândalos que atingiram muito de seus deputados.

A formação social-democrata, herdeira do ex-partido comunista, foi acusada nos últimos anos de minar o Estado de direito e de separar a Romênia da cena europeia.

Continua após a publicidade

Klaus Iohannis, que começou como um grande favorito, contou com o apoio de dezenas de milhares de romenos que saíram às ruas desde 2017 para denunciar as reformas da Justiça criadas pela esquerda.

Iohannis, de 60 anos, eleito presidente em 2014, venceu com grande vantagem o primeiro turno das eleições em 10 de novembro, com 38% dos votos contra 22% para Dancila.

Cristina, 42, trabalhadora da área de saúde que vive em Bucareste, disse esperar que “a democracia prevaleça para que os romenos possam finalmente viver em paz”, encerrando assim o capítulo de repetidas crises causadas nos últimos anos pelos social-democratas

Continua após a publicidade

Após 21 meses caóticos, o governo de Dancila foi derrubado em outubro pelo Parlamento e substituído por um gabinete de centro-direita sob a direção do Partido Liberal Nacional (PNL), de Iohannis.

Essa saída brutal da cena enfraqueceu a candidatura da ex-primeira-ministra em um contexto em que o PSD, que domina a vida política romena desde 1990, sofreu uma série de contratempos desde sua vitória nas legislativas de 2016.

País em mudança

Durante os quase três anos de convivência agitada com a esquerda, Iohannis travou uma guerra desgastante para impedir a reforma do sistema judiciário realizada pelo PSD.

Continua após a publicidade

Segundo o sociólogo Alin Teodorescu, essa reforma, denunciada por Bruxelas como um ataque ao Estado de Direito, foi contestada por meses por dezenas de manifestantes e custou ao PSD mais de um milhão de votos.

Os social-democratas, herdeiros do antigo partido comunista, perderam popularidade até mesmo em seus redutos históricos.

A emigração e o acesso à Internet, que permitiram aos romenos descobrir a Europa Ocidental, modificaram suas preferências eleitorais em detrimento do PSD, segundo a antropóloga Vintila Mihailescu.

Continua após a publicidade

Há duas semanas, Dancila obteve menos de 3% dos votos entre os emigrantes em busca de melhores condições de vida.

Sétimo país mais populoso da União Europeia, com 19,4 milhões de habitantes, a Romênia apresenta profundas disparidades entre os centros urbanos, cujo padrão de vida é próximo do europeu, e as áreas rurais, entre as mais pobres do continente. Um em cada dois romenos vive no campo.

Iohannis se descreve como um “baluarte da democracia” diante de um “regime tóxico”, e Dancila o descreve como um “homem covarde e arrogante, ditador”.

Continua após a publicidade

Dancila, que aposta sua sobrevivência à frente do PSD, destacou o forte crescimento econômico durante seu mandato (4,1% em 2018), impulsionado por aumentos das aposentadorias e salários no setor público. Mas a UE e o FMI temem que isso faça o déficit disparar.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.