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‘Prisioneiro X’ se enforcou em sua cela em 2010, diz Israel

Na semana passada, a justiça israelense admitiu pela primeira vez ter mantido o prisioneiro, que é identificado pela imprensa australiana como Ben Zygier

Por Da Redação
19 fev 2013, 13h44

O governo de Israel afirmou nesta terça-feira que o “prisioneiro X” – um imigrante australiano que vivia em Israel e foi preso em 2010 por traição – se enforcou na prisão, informou a rede britânica BBC. De acordo com um relatório judicial, o homem, que teria trabalhado como espião da Mossad, o serviço secreto israelense, se enforcou com um lençol no banheiro de sua cela, em dezembro de 2010. Na semana passada, a justiça israelense admitiu pela primeira vez ter mantido o prisioneiro, depois que a imprensa da Austrália divulgou detalhes sobre o caso.

Informações dos governos de Israel e Austrália confirmaram, em parte, o que foi divulgado pela emissora australiana ABC, mas a identidade do prisioneiro e a razão para a prisão permanecem sem confirmação oficial. O veículo de comunicação da Austrália afirmou que o homem seria Ben Zygier, um judeu australiano de 34 anos que também tinha cidadania israelense. Ele trabalharia como espião da Mossad e teria sido preso por “alta traição” contra o país, depois que o governo israelense suspeitou que ele havia repassado informações sobre as operações da Mossad para o serviço de segurança australiano. A suspeita teve início quando Canberra começou a investigar viagens feitas pelo espião para regiões conturbadas do Oriente Médio. As visitas seriam impossíveis para um cidadão israelense, mas foram possíveis graças ao seu passaporte australiano.

Silêncio – Depois de três anos em silêncio, o Ministério de Justiça de Israel finalmente divulgou um comunicado sobre o caso na semana passada. “O Serviço Penitenciário de Israel mantinha um prisioneiro que era cidadão israelense e também tinha nacionalidade estrangeira”, diz a declaração. “Por razões de segurança, o homem foi detido sob identidade falsa, embora sua família tenha sido imediatamente informada de sua prisão.” O Ministério da Justiça também afirmava que aparentemente o prisioneiro havia cometido suicídio. O caso chamou a atenção para o recrutamento de judeus estrangeiros pelo Mossad, já que a dupla nacionalidade facilitaria as ações de espionagem.

De acordo com a agência Reuters, muitos imigrantes relatam terem sido recrutados pela agência ou emprestado seus passaportes para a cobertura de espiões. Mas as autoridades israelenses insistem que os judeus estrangeiros nunca são usados pela Mossad contra os interesses de seu país de origem – uma lição aprendida na década de 1980, quando foi descoberto o recrutamento do americano Jonathan Pollard, que provocou grande indignação em Washington. O uso de estrangeiros pela inteligência traz perigos como o vazamento de informações – o que aparentemente foi o caso de Zygier.

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Caso – O caso do “prisioneiro X” foi divulgado pela primeira vez em junho de 2010, quando o site de notícias israelense Ynet publicou um artigo sobre um homem detido em condições secretas, cuja identidade e crime não eram conhecidos nem mesmo por seus carcereiros. A história foi rapidamente retirada do ar, e o assunto ficou fora da imprensa local desde então. Segundo uma reportagem do jornal britânico The Guardian, Zygier, que negava todas as acusações contra ele, havia sido interrogado pouco antes de sua morte, e a pressão emocional pode ter contribuído para o suicídio.

O jornal Al Jarida, do Kuait, citando fontes ocidentais não identificadas, afirma que Zygier, enquanto participava de uma operação em Dubai, forneceu informações sobre o assassinato em 2010 de Mahmoud al-Mabhouh, integrante do grupo palestino Hamas, em troca da proteção do país. Tal traição seria a justificativa dada para a sua prisão. Já a Fairfax Media, da Austrália, diz que as autoridades de segurança australianas suspeitam que Zygier, pouco antes de ser preso, estava prestes a divulgar detalhes das operações de inteligência israelenses, incluindo o uso fraudulento de passaportes australianos, para o governo de Canberra ou para a imprensa do país.

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