Primeiro-ministro italiano e presidente da Comissão Europeia são vaiados em Lampedusa
Enrico Letta e José Manuel Barroso visitaram ilha que foi palco do naufrágio que matou quase 300 imigrantes ilegais
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, e o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, foram recebidos com vaias e gritos de “assassinos” ao chegarem nesta quarta-feira à ilha de Lampedusa, no sul da Itália, cenário do naufrágio que matou ao menos 287 imigrantes ilegais.
“Vergonha”, “assassinos”, gritaram os moradores no aeroporto da ilha, agitando fotografias dos imigrantes na direção de Barroso e Letta. Os dois viajaram acompanhados da comissária europeia de Assuntos de Interior, Cecilia Malmstrom, e do vice-primeiro-ministro e ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano.
“Deveriam estar envergonhados! Têm que resolver este problema humanitário”, disse um dos manifestantes. Lampedusa, uma pequena ilha com cerca de 5.000 habitantes entre a Sicília e a África, é uma dos principais pontos de chegada de imigrantes ilegais que tentam entrar na Europa.
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Após a sessão de vaias, Barroso anunciou o envio de 30 milhões de euros (89 milhões de reais) para ajudar a Itália a lidar com os refugiados que estão no país. Já o primeiro-ministro Letta anunciou que os mortos no naufrágio vão ser sepultados com honras de estado, segundo informações divulgadas pela rede BBC.
As autoridades europeias e italianas devem se reunir nesta quarta com a guarda-costeira italiana, ONGs, personalidades locais e um grupo de refugiados.
Até o momento, 287 corpos foram recuperados no casco do navio que afundou após um incêndio na última quinta-feira. A embarcação levava mais de 500 passageiros. Mergulhadores ainda realizam buscas para localizar mais vítimas. Apenas 155 pessoas foram resgatadas com vida. A maioria dos passageiros era da Eritreia.
(Com agência France-Presse)