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Primeiro-ministro do Haiti anuncia renúncia após pressão internacional

Ariel Henry, que havia sido nomeado como premiê pelo presidente assassinado Jovenel Moïse, deve assumir o cargo para tentar colocar fim à disputa de poder

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 jul 2021, 12h49 - Publicado em 19 jul 2021, 12h27

O primeiro-ministro interino do Haiti, Claude Joseph, que estava no comando de fato do país desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, disse nesta segunda-feira, 19, que concordou em renunciar ao cargo. Joseph passará o posto para Ariel Henry, que tentará encerrar a disputa pelo poder no país. A informação foi dada pelo premiê em entrevista ao jornal americano The Washington Post. 

Henry havia sido nomeado por Moïse para ser o novo primeiro-ministro dois dias antes do assassinato do presidente, mas não houve tempo para que fosse empossado. A situação gerou uma disputa de poder, já que ele e Joseph reivindicavam o poder.

Ao Washington Post, Joseph disse que ele e Henry se reuniram na última semana para tentar resolver o impasse e, no domingo, ele concordou em renunciar “pelo bem da nação”. “Todos que me conhecem sabe que eu não estou interessado nesta batalha ou em qualquer tipo de disputa por poder”, disse. “O presidente era meu amigo. Eu apenas estou interessado em garantir que seja feita justiça por ele”.

Henry é neurocirurgião e tem 71 anos. Ele ainda não se pronunciou oficialmente, mas na noite de domingo havia divulgado um pronunciamento em que prometia punir os responsáveis pelo assassinato de Moïse.

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Instabilidade

O presidente Jovenel Moïse foi morto a tiros durante a madrugada de quarta-feira 7. Quatro “mercenários” supostamente envolvidos no assassinato foram mortos no mesmo dia e outros dois foram presos, informou a polícia. Nenhuma informação sobre a identidade ou as motivações dos criminosos foi revelada. Segundo o primeiro-ministro, eles eram “estrangeiros que falavam inglês e espanhol”. 

Nos dias após o assassinato, dentro da residência oficial em Porto Príncipe, governos estrangeiros e organizações internacionais haviam inicialmente reconhecido Joseph como líder de fato do país. Alguns dias depois, porém, um bloco informal de embaixadores que inclui os Estados Unidos enfatizou a necessidade de “um governo consensual e inclusivo” encabeçado por Henry.

O motivo para a mudança de apoio não está claro, mas na semana passada a rede de televisão colombiana Caracol divulgou uma reportagem afirmando que Joseph estaria sendo investigado como um dos mandantes do magnicídio. As autoridades haitianas, no entanto, dizem não haver indícios de que ele esteja envolvido com o crime. Ele também nega qualquer participação.

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Internamente, grupos da sociedade civil defendem que seja formado um governo interino independente da disputa partidária no país. Muitos dizem que não reconhecerão qualquer um nomeado por Moïse, já que seu mandato deveria ter terminado em 7 de fevereiro deste ano, exatos cinco anos após seu antecessor, Michel Martelly, sair da chefia do Estado.

O impasse político se tornou ainda mais complicado com o esvaziamento de que muitas das instituições democráticas do país durante o mandato de Moïse. Apenas 10 dos 30 senadores que ocupavam a Câmara Alta nos anos anteriores ainda permanecem em seus cargos, porque o mandato dos outros 20 expirou não foram realizadas eleições para substituí-los.

Já a Câmara dos Deputados está totalmente vaga desde o ano passado, quando os mandatos de seus membros expiraram. Moïse governava por decreto antes de ser morto.

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