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Primeira candidata cega ao Congresso egípcio encara luta contra preconceito

Por Da Redação
22 dez 2011, 09h05

Antonio Jara.

Cairo, 22 dez (EFE).- Pela primeira vez na história do Egito, uma mulher cega de nascença será candidata à deputada nas eleições legislativas do país, com a esperança de acabar com a marginalização dos deficientes na sociedade.

Tagrid al Manharaui, de 29 anos, é professora de inglês em um colégio de cegas e representa o partido moderado islamita Al Wasat, por um distrito da província de Beni Suef, a 120 quilômetros ao sul do Cairo.

Sua candidatura abre as portas para que cegos e outros deficientes tenham maior visibilidade em uma sociedade que os manteve tradicionalmente no esquecimento.

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‘O que me move é a luta contra a marginalização por parte do regime anterior de todas as camadas sociais, especialmente os deficientes’, explicou Manharaui, em entrevista à Agência Efe.

A jovem se uniu ao Al Wasat em setembro, porque o partido foi formado sob os princípios de ‘igualdade de oportunidade e não discriminação’.

O Wasat, que obteve na primeira etapa das eleições 4,3% dos votos, propôs a Manharaui um espaço em suas listas por seu destacado trabalho social nos últimos anos.

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O antigo Partido Nacional Democrático, do ex-presidente Hosni Mubarak, também lhe ofereceu a possibilidade de representar a legenda.

‘Rejeitei totalmente a oferta porque discordava intelectualmente deste partido e em todas as suas políticas’, ressaltou a candidata, assegurando que agora representa também a luta contra ‘a grande corrupção’, característica do antigo regime.

Para Manharaui, sua candidatura nestas eleições representa uma mensagem para todas as pessoas deficientes, às quais aconselha não desanimar, pois sua condição ‘não é um defeito’.

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‘Se for eleita no Parlamento, isso vai encorajar todos os deficientes a praticar plenamente seus direitos para serem integrados à sociedade’, ressaltou.

Dessa forma, a professora espera que os eleitores colaborem com ela ‘como um ser humano que tem todos os direitos e deveres, sem levar em conta sua condição’.

Apesar do apoio limitado que seu partido – uma antiga cisão da Irmandade Muçulmana – obteve até agora, Manharaui se mostrou otimista quanto à possibilidade de conseguir uma cadeira, pois sua campanha recebeu ‘um grande respaldo das pessoas’.

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Seu programa político inclui a promoção de emendas à Constituição para acabar com os poderes absolutos que ostentava o presidente da República e para que o Parlamento tenha o direito de pedir-lhe contas de seus atos.

Outro de seus objetivos é impulsionar reformas na agricultura, saúde e educação, porque, em sua opinião, ‘as políticas do antigo regime nessas áreas foram um fracasso’.

A candidata declarou que sua prioridade serão as classes baixa e média, assim como os deficientes, pois vai trabalhar para aumentar suas oportunidades trabalhistas e de reabilitação.

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Manharaui confia nas capacidades desta parte da sociedade e nas dela mesma, para representar ‘muito bem’ a todos os egípcios.

‘Claro que posso’, garantiu de forma contundente a jovem cega, lembrando que seu trabalho social a ajudou a ganhar experiência em atividades similares ao trabalho político.

A candidata aspira trabalhar por todo o país, mas não esconde a inclinação por continuar na luta em defesa de certos grupos: ‘A época de subestimar os incapacitados acabou’, concluiu. EFE

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