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Preso, soldado ‘fonte’ do WikiLeaks reclama de tratamento

Bradley Manning, acusado de vazar documentos, testemunhou pela primeira vez perante a Justiça militar. Seu julgamento ocorre em 4 de fevereiro

Por Da Redação
30 nov 2012, 01h21

O soldado americano Bradley Manning, acusado de repassar milhares de documentos secretos ao site WikiLeaks, testemunhou nesta quinta-feira primeira vez perante a Justiça militar e expôs o “estresse” provocado pelo tratamento imposto a ele após sua detenção no Iraque, em 2010.

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O militar, vestido com uniforme azul, mostrou-se tranquilo e respondeu com eloquência às perguntas do seu advogado, David Coombs, no terceiro dia das audiências prévias ao julgamento militar de Manning, previsto para 4 de fevereiro. Durante mais de cinco horas, o soldado “fonte” do WikiLeaks contou os detalhes de sua detenção no Iraque, em maio de 2010, de onde foi levado a instalações militares americanas no Kuwait, antes de ser transferido à prisão da base de Quantico, no estado americano da Virgínia – em abril deste ano ele foi transferido para outra base, Fort Leavenworth, no Kansas.

“Estava em uma situação bastante estressante e recebia muito poucas informações”, disse Manning em uma esperada audiência na qual reconheceu que chegou a temer por sua vida: “Achava que morreria em uma cela no Kuwait”. O soldado chamou os primeiros dias de sua detenção como “difusos”, disse ter se sentido “perdido” e sem poder entrar em contato com sua família durante nove dias.

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Manning também afirmou que não recebeu nenhum tipo de informação quando foi levado aos EUA. No entanto, indicou que sentiu “alívio” quando soube que seu destino final era o Aeroporto Internacional de Baltimore, em Maryland, já que temia ser enviado à prisão da base de Guantánamo, em Cuba.

Janela – Na base de Quantico, Manning disse que foi colocado em uma cela muito pequena, sem uma janela sequer e tampouco sem acesso à luz natural. Entre julho de 2010 e abril de 2011, ficou sob um estrito regime de máxima segurança e prevenção de suicídio, apesar de dois dos psiquiatras que o avaliaram terem indicado que isso não era necessário.

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Esse regime o mantinha 23 horas por dia em sua cela, sem seus óculos de grau e até mesmo sem papel higiênico, em tratamento classificado pela defesa como “degradante” e “punitivo”. O soldado não entendia por que era mantido nessas condições e, em setembro de 2010, começou a ficar impaciente. Ele comentou com ironia que, se quisesse praticar o suicídio, o faria com o elástico de suas cuecas. A partir daí, foi obrigado a dormir nu.

Defesa – O advogado de Manning tenta demonstrar que o soldado recebeu um tratamento injusto e maus-tratos em Quantico antes de ser transferido à prisão de Fort Leavenworth, o que foi rejeitado nas audiências prévias pelo coronel Robert Oltman, o então chefe de segurança, e o coronel retirado Daniel Choike, responsável pela base de Quantico.

Se a juíza que lidera o caso, a coronel Denise Lind, concluir que o tratamento imposto a Manning foi um “castigo preventivo ilegal”, pode desprezar as acusações, como Coombs pediu inicialmente, ou reduzir a sentença se o soldado for declarado culpado. Manning responderá às perguntas da promotoria nesta sexta-feira.

(Com agência EFE)

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