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Presidentes do Mercosul debatem ingresso da Venezuela

Por Daniel Caselli
20 dez 2011, 21h17

Os presidentes do Mercosul debatiam nesta terça-feira, em Montevidéu, a questão da entrada da Venezuela no Bloco, emperrada pela negativa do Parlamento paraguaio.

A presidente Dilma Rousseff e seus colegas Cristina Kirchner (Argentina), Fernando Lugo (Paraguai) e José Mujica (Uruguai) se reuniram no início da tarde na sede do Mercosul, junto com seus pares Rafael Correa (Equador) e Hugo Chávez (Venezuela), que faz sua primeira viagem oficial ao exterior desde o início do tratamento de um câncer, em junho passado.

A reunião presidencial prossegue a portas fechadas, com o debate da complexa “fórmula jurídica” proposta pelo Uruguai para que a Venezuela possa finalmente integrar o Bloco regional.

A incorporação da Venezuela foi firmada em 2006 em nível presidencial, mas o Parlamento paraguaio – dominado pela oposição ao governo de Fernando Lugo – não ratificou a decisão.

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A Argentina apoia a solução uruguaia, que prevê um desvio jurídico sobre o tratado de criação do Mercosul (1991), que exige a aprovação dos Parlamentos dos Estados membros para o ingresso de um novo sócio, no caso a Venezuela.

Mas o presidente Lugo insiste no respeito às instituições e ao diálogo com o Congresso para superar as “dificuldades conjunturais” atuais, revelou o chanceler paraguaio, Jorge Lara.

“Respeitamos as instituições paraguaias e as instituições do Tratado de Assunção, e neste sentido defendemos a negociação com o Congresso do Paraguai”, afirmou Lara .

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O Bloco também debate a ampliação de sua tarifa externa máxima, de 35%, a cerca de 200 produtos de fora do Mercosul, para proteger a indústria regional dos possíveis efeitos da crise internacional.

A medida é defendida por Brasil e Argentina, mas não é vista com bons olhos por Uruguai e Paraguai.

Durante a cúpula, o Mercosul firmou um tratado de livre comércio com o Estado Palestino, o que constitui o primeiro acordo comercial entre os palestinos e países da América do Sul.

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O acordo foi assinado pelos ministros de Relações Exteriores de Argentina, Héctor Timerman, Brasil, Antonio Patriota, Paraguai, Jorge Lara, Uruguai, Luis Almagro, e Palestina, Riyad Al Maliki.

O encontro desta terça-feira foi marcado por dois incidentes envolvendo a Argentina, o suicídio do subsecretário de Comércio, Ivan Heyn, em um hotel de Montevidéu, e a intervenção judicial na sede da operadora de TV a cabo Cablevisión, do grupo Clarín, que enfrenta a presidente Kirchner.

Iván Heyn, 33 anos, que participava da Cúpula do Mercosul, enforcou-se, aparentemente, em um hotel do centro da capital uruguaia, e a notícia abalou claramente Cristina Kirchner.

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Uma fonte ligada ao caso disse à AFP, sob anonimato, que Heyn estava nu e morto há mais de seis horas quando foi encontrado, por volta das 15H00 horas.

“Ele se matou no hotel Radisson”, disse um funcionário do governo uruguaio, que preferiu não ter o nome revelado, acrescentando que a presidente argentina, Cristina Kirchner, chegou a ser atendida por uma equipe médica, na sede do Mercosul, depois de uma crise nervosa ao saber da notícia.

Heyn era economista e líder do grupo juventude peronista La Cámpora, do qual participa Máximo Kirchner, filho mais velho da presidente argentina.

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Em Buenos Aires, a polícia ocupou a sede da Cablevisión, por determinação do juiz federal Walter Bento, da província de Mendoza, por denúncia de “exercício presumível de concorrência desleal” e “posição dominante”.

O juiz designou um “interventor coadministrador” depois de uma queixa apresentada pela empresa concorrente Vila-Manzano, titular do Supercanal, também de televisão a cabo, segundo Ricardo Mastronardi, advogado do funcionário designado interventor pela justiça, Enrique Anzoise.

A operação foi “considerada sem precedentes, inscrevendo-se numa campanha sistemática de perseguição que o Governo Nacional realiza contra as empresas do Grupo Clarín”, afirmou a Cablevisión em comunicado.

“Não podemos separar este episódio da escalada do gobierno nacional contra o grupo Clarín”, disse o gerente de Comunicações, Martín Echevers.

O fato acontece num momento em que o Senado se prepara para votar uma lei polêmica que declara de interesse público o papel de jornal, que tem como único fabricante a Papel Prensa, controlada pelo Clarín (49% das ações) e La Nación (22,49%), os dois maiores da Argentina, enquanto o Estado possui uma participação de 28,08%.

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