Presidente sul-coreano sobe tom e promete ‘lutar até o fim’ para ficar no cargo
O partido de Yoon prepara um roteiro para sua renúncia, enquanto a oposição aposta no impeachment, após a tentativa de impor lei marcial no país
O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, disse nesta quinta-feira, 12, que “lutaria até o fim” para permanecer no cargo, enquanto seu próprio partido político pode se juntar à oposição para um voto de impeachment contra ele, em resposta à sua tentativa de impor lei marcial no país na semana passada.
Em um longo discurso em rede nacional, Yoon alegou que a Coreia do Norte havia hackeado a comissão eleitoral sul-coreana, aparentemente ponto em questão a derrota eleitoral esmagadora que seu partido sofreu nas urnas em abril. Também afirmou que a imposição de lei marcial havia sido necessária.
O presidente sul-coreano afirmou que a oposição está “dançando a dança da espada da loucura” ao tentar tirar um presidente democraticamente eleito do poder, nove dias após ele tentar conceder por meio da lei marcial poderes abrangentes aos militares.
“Eu lutarei até o fim”, declarou ele. “Quer eles me investiguem ou façam um impeachment contra mim, eu enfrentarei tudo isso diretamente.”
Apoio minguante
O líder da quarta maior economia da Ásia conta com o apoio de aliados políticos para permanecer no poder, mas isso parece ainda menos provável após o polêmico discurso. O líder de sua legenda, o Partido do Poder Popular (PPP), afirmou que havia chegado a hora de Yoon renunciar, ou ser alvo de impeachment no parlamento.
Na noite de quarta-feira, seis partidos de oposição, liderados pelo Partido Democrata (PD), apresentaram um projeto de lei para o impeachment de Yoon à Assembleia Nacional. Espera-se que a votação da moção ocorra no sábado, 14, uma semana após a primeira ter fracassado porque a maioria dos membros do PPP boicotou a sessão.
Agora, estima-se que pelo menos sete membros do PPP apoiem a nova moção de impeachment. É preciso pelo menos oito votos do partido de Yoon para que seja possível alcançar a maioria de dois terços necessária para a aprovação do impeachment.