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Presidente paquistanês busca força política lembrando morte de Benazir Bhutto

Por Da Redação
27 dez 2011, 11h40

Agus Morales.

Islamabad, 27 dez (EFE).- Debilitado pela pressão do Exército, o presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, lembrou nesta terça-feira o quarto aniversário da morte de sua esposa e ex-primeira-ministra, Benazir Bhutto, buscando refúgio político em sua figura.

‘Peço a todas as forças democráticas e aos paquistaneses patriotas que frustrem todas as conspirações contra a democracia e suas instituições’, afirmou o líder do governante Partido Popular (PPP), segundo um comunicado oficial.

Zardari lembrou que Bhutto, a primeira mulher chefe de Governo de um país islâmico, ‘dedicou sua vida a lutar contra a ditadura e contra aqueles que queriam difamar e desmantelar as instituições democráticas’.

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Este ano, a declaração tem forte sentido porque há semanas aumentam os rumores de que os militares preparam um golpe, o que eles negam.

Zardari é menos popular que sua mulher, líder histórica do partido e assassinada em um ataque suicida após um comício no dia 27 de dezembro de 2007, antes das eleições legislativas convocados pelo regime de Pervez Musharraf.

O viúvo soube tomar as rédeas do partido, chegou à Presidência em setembro de 2008 e se manteve no poder até agora, mas tem reputação de corrupto entre os paquistaneses.

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Os analistas acham que as Forças Armadas querem tirá-lo do poder. Em seu discurso, Zardari, que procura a sobrevivência política, não hesitou em lembrar a luta pela democracia de sua mulher, próxima ao Ocidente e que enfrentava os militares.

As televisões paquistanesas retransmitiram imagens de Zardari rezando e lançando pétalas sobre o túmulo de sua esposa. Uma fonte policial afirmou à Agência Efe que cerca de 9 mil membros das forças de segurança, entre eles mil de forças de elite, se juntaram ao redor do mausoléu da família Bhutto.

O primeiro-ministro do Paquistão, Yousuf Raza Gillani, também participou das orações fúnebres e rejeitou que o Governo, preocupado pela pressão do Exército, pretenda depor sua cúpula, como diziam os rumores.

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O chefe militar, Ashfaq Pervez Kiyani, respondeu às especulações há quatro dias para garantir seu apoio à democracia e negar taxativamente que sua instituição esteja preparando um golpe de Estado.

Os poderes civil e militar negam desavenças, mas a Corte Suprema do país está investigando um escândalo que sacudiu a política paquistanesa durante as últimas semanas.

O motivo é um suposto pedido secreto de uma intervenção do Pentágono caso acontecesse uma tentativa de golpe militar depois da morte, em maio, de Osama bin Laden, em uma operação unilateral dos Estados Unidos nas proximidades de Islamabad.

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A polêmica custou o cargo de um confidente de Zardari, o embaixador em Washington, Husain Haqqani, suposto autor da mensagem.

Fontes ligadas ao PPP afirmam que o estresse desta situação é a causa do aparente infarto que o presidente sofreu no início de dezembro, que lhe obrigou a se hospitalizar em Dubai e disparou rumores sobre seu futuro.

Zardari, que guarda tensas relações com o aparelho de segurança, ainda deve depor no Supremo sobre o caso.

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No discurso que pronunciou nesta terça-feira perante milhares de seguidores, o presidente criticou publicamente o chefe do Supremo, Iftikhar Chaudhry, por abrir este caso e se omitir em outros.

Fontes diplomáticas e de segurança consultadas pela Agência Efe não descartam que o Exército tente se desfazer de Zardari pela via judicial, mas não acreditam na possibilidade imediata de um golpe militar clássico.

As mesmas fontes concordam que o presidente fará o possível para se manter no cargo, mas preveem uma antecipação das eleições legislativas, previstas para o início de 2013. EFE

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