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Presidente filipino diz que agrediu sexualmente uma empregada doméstica

Rodrigo Duterte está no centro de diversos escândalos; conselheiros tendem a relativizar e descrever comentários polêmicos como piadas

Por Da Redação
31 dez 2018, 17h25

O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, admitiu ter abusado sexualmente de uma empregada doméstica quando adolescente. A revelação provocou grande indignação internacional e fez com que organizações de direitos das mulheres o acusassem de defender agressões sexuais.

O polêmico presidente está no centro de diversos escândalos envolvendo violência contra mulheres. Duterte já fez piadas sobre estupros e se gabou publicamente de suas infidelidades.

No último sábado 29, contudo, admitiu pela primeira vez ter cometido uma agressão sexual. Em discurso, contou sobre uma confissão que fez a um padre quando ainda estava no Ensino Médio.

Segundo ele, contou ao religioso que entrou no quarto da empregada de sua casa quando ela estava dormindo. “Eu levantei o cobertor e tentei tocar o que estava dentro da calcinha”, afirmou. “Eu estava tocando quando ela acordou e eu fui embora”, acrescentou.

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Depois contou ainda que confessou ao padre que ele havia voltado ao quarto da mulher e tentado agredi-la novamente. O religioso o aconselhou a rezar “cinco pai-nossos, cinco ave-marias, porque você irá para o inferno”, segundo o site de notícias Rappler.

O partido Gabriela, que defende os direitos das mulheres, pediu a renúncia do presidente, denunciou suas palavras “repulsivas” e o acusou de ter reconhecido uma tentativa de estupro.

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“Uma penetração com o pênis não é a única violação. Se for com um dedo ou um objeto, é também um estupro”, disse Joms Salvador, secretário-geral da Gabriela.

Diante de uma enxurrada de críticas, o porta-voz de Duterte disse neste domingo 30 que o presidente “inventou” e “exagerou” a história. “Ele inventou uma piada para chamar a atenção para as agressões sexuais que ele e seus companheiros sofreram na escola”, disse Salvador Panelo.

O presidente, que já chamou a Igreja de “a instituição mais hipócrita” disse no sábado que ele e seus colegas foram vítimas de violência sexual. Em diversas ocasiões, afirmou também que a Igreja não tem autoridade moral para criticá-lo, já que é alvo de inúmeras acusações de abuso sexual cometidos por seus membros.

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Duterte está em conflito aberto com a hierarquia católica de seu país, que foi muito crítica em relação a sua campanha sangrenta contra o tráfico de drogas. Nas Filipinas, 85% da população é católica.

O presidente

Duterte, de 72 anos, tem colecionado declarações e opiniões polêmicas desde chegou ao poder em 2016. Centralizou sua campanha eleitoral na guerra contra as drogas e uso da violência contra criminosos.

Em setembro de 2016,  comparou-se ao ditador Adolf Hitler e afirmou que quer matar os três milhões de toxicodependentes que diz existirem no país.

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O atual presidente foi prefeito da cidade de Davao, com uma população de 1,5 milhão de habitantes, durante 22 anos em vários períodos entre 1988 e 2016.

Sob seu comando, a cidade experimentou uma rápida modernização e uma queda da criminalidade, ao mesmo tempo que se produziram mais de 1.000 execuções extrajudiciais de supostos delinquentes e opositores ao prefeito, segundo organizações de defesa dos direitos humanos.

Duterte admitiu ter matado supostos criminosos pessoalmente quando era prefeito, para dar exemplo a policiais.

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Desde que assumiu a Presidência, o filipino ainda ofendeu o ex-presidente americano Barack Obama, chamando-o de “filho da puta”, e mostrou o dedo médio para a União Europeia (UE). Ele também foi criticado por governos e organizações de direitos humanos por suas posições violentas.

Duerte também já afirmou que os bispos católicos do país “são inúteis” e encorajou os cidadãos a matá-los. Durante uma conferência sobre tecnologia da informação em Davao em junho deste ano, disse que Deus era “estúpido” e um “filho da puta”.

Diante das muitas declarações controversas sobre violência, mulheres e a Igreja Católica, Duterte e seus conselheiros tendem a relativizar e descrever os comentários como uma piada, ou dizer que foram tirados de contexto.

(Com AFP)

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