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Presidente do Suriname é condenado a 20 anos de prisão

Segundo tribunal militar, Dési Bouterse participou do assassinato de 15 opositores em 1982; sentença traz mais instabilidade política para o país combalido

Por Estadão Conteúdo 30 nov 2019, 09h59

Um tribunal militar condenou nesta sexta-feira, 29, o presidente do Suriname, Dési Bouterse, pelo assassinato de 15 opositores em 1982. A sentença é a conclusão de um processo que levou 12 anos e levou ainda mais instabilidade política para um país já combalido. Segundo a conclusão da Corte, Bouterse participou das execuções e matou “para se manter no poder”.

Os assassinatos ocorreram em 8 de dezembro de 1982. Os opositores do regime militar foram brutalmente torturados e assassinados em Fort Zeelandia, em Paramaribo. Entre eles estavam jornalistas, professores, advogados, sindicalistas e militares críticos à ditadura. Segundo a versão oficial, eles foram mortos em uma tentativa de fuga. No Suriname, o caso ficou conhecido como “Os Assassinatos de Dezembro”.

Ditadura

Na época, Bouterse era comandante do Exército do Suriname, que viveu sob uma violenta ditadura militar entre 1980 a 1987. Aos 74 anos, ele governa o país desde 2010. De acordo com a Constituição surinamesa, o presidente do país é eleito de maneira indireta, pela Assembleia Nacional, para um mandato de cinco anos. Ele foi reeleito em 2015 e espera ser reeleito no ano que vem. Bouterse está na China, em viagem oficial. Na sexta, um de seus advogados comentou o caso à emissora de rádio SRS, de Paramaribo. “Temos agora duas alternativas: resistir e apelar (da sentença).” A medida pode atrasar alguns anos a conclusão do caso.

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Bouterse tem uma ficha corrida longa. Em 1999, ele foi condenado à revelia pela Justiça da Holanda a 11 anos de cadeia por tráfico de meia tonelada de cocaína. Até hoje a Europol mantém ativo um mandato de captura contra ele – especialistas dizem que o mandato é válido, já que o crime foi cometido antes de ele se tornar presidente.

Testemunhas também ligam Bouterse a um cartel chamado de “Suri Kartel”, que movimenta cocaína para a Europa. Em 2006, um documento da Embaixada dos EUA, publicado pelo WikiLeaks, revelou a relação dele com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) – ele entregaria armas para a guerrilha e receberia o pagamento em droga. Seu irmão, Dino Bouterse, cumpre pena de 16 anos nos EUA por tráfico de cocaína.

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